Destroçado com a morte do seu gato, um homem chinês decidiu clonar o animal, revela o The New York Times esta quinta-feira (5 de setembro). Por detrás do procedimento está a Sinogene, empresa de biotecnologia comercial de clonagem de animais na China que já clonou 40 cães e que pela primeira vez conseguiu clonar um gato.
De acordo com o jornal estado-unidense, a inovação sugere que “a clonagem pode tornar-se num negócio viável na China […]. O mercado de animais de companhia na China deverá atingir um valor de 28,2 mil milhões de dólares este ano, de acordo com a consultora de Pequim Gouminwang”, com 55 milhões de cães e 44 milhões de gatos no país.
Para clonar o gato, a empresa chinesa implantou células da pele do gato original em óvulos recolhidos noutros gatos e, depois de um choque elétrico e químico, cerca de 40 embriões clonados foram implantados em quatro gatas.
O objetivo da Sinogene passa por clonar animais em extinção, nomeadamente pandas. Segundo o The New York Times, Chen Dayuan, da Academia Chinesa de Ciências, já revelou inclusive que a organização está a estudar a possibilidade de clonar um panda utilizando uma gata como mãe portadora — embora um panda seja muito maior do que um gato na idade adulta, ao nascer o seu tamanho é similar e a gestação dura entre dois e três meses.
Recorde-se que em 2018, a cantora e atriz Barbara Streisand disse numa entrevista concedida à revista Variety que clonou a sua cadela duas vezes. A polémica instalou-se nas redes sociais um pouco por todo o mundo e os especialistas falam de uma “moda” que, apesar de não estar financeiramente ao alcance de todos, traz sérios dilemas éticos.
Ouvido pela revista Visão, Jorge Cid, bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), disse na altura que “a clonagem cria um animal morfologicamente igual, mas a personalidade pode ser completamente diferente”. Sobre a possibilidade de a clonagem de animais de companhia ser uma prática no País, o bastonário refere que “à partida, teríamos capacidade científica para o fazer, mas o processo é dispendioso. Não há mercado para isso”.
Jorge Cid defendeu ainda que “as pessoas estão no seu direito, se respeitarem o bem-estar animal”, mas que não passa de uma “moda” ou “capricho”.