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«Garantir a qualidade da formação»

«Garantir a qualidade da formação»

Entrevista a Ramalho Ribeiro, candidato pela Lista C a bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários.

– Como surgiu o desafio de se candidatar a bastonário da OMV?
– Surgiu na sequência de um processo de mudança que um grupo diversificado de colegas encetou em 2007 e que conduziu à criação desta candidatura. Tem sido um processo lento e sinuoso, mas que vem avançando com segurança, determinação e sem aventuras desnecessárias.
 
 – Há um problema crescente de excesso de médicos veterinários em Portugal. Que medidas propõe para resolver esta questão?
– O problema de excesso de MV em Portugal será difícil de resolver dado o espaço aberto da comunidade e a livre circulação de profissionais MV.
O que a OMV pode e deve fazer é garantir a qualidade da formação e pugnar pela qualidade dos graduados em Portugal.
A OMV deve empenhar-se para que as nossas Instituições se submetam à avaliação, nomeadamente à Europeia, para poder então dar reconhecimento automático aqueles que provenham de cursos que tenham tido uma avaliação adequada.
Por outro lado, e através da participação no Conselho Consultivo da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), a OMV deve pugnar pela qualidade do ensino e pelo rigor da avaliação em Portugal.

 – E a criação de um exame de admissão à Ordem pode servir de travão a esta situação de excesso de profissionais?
– Eventualmente e para determinadas situações, mas a existir ele deve ser baseado num modelo transparente justo e equilibrado. Este procedimento poderá ser acordado com as Universidades, à semelhança do que no passado recente era prática para a equivalência do grau para graduados oriundos de países extra comunitários.

 – A propósito das diferentes saídas profissionais, há ainda a questão dos Colégios de Especialidades. Quais as propostas que defende nesta matéria?

– Devemos distinguir entre Especialização e Diferenciação.
A Especialização está já hoje muito bem organizada a nível Europeu através do European Board of Veterinary Specialization (EBVS) que inclui uma grande variedade de ofertas desde a Sanidade, à Clínica, ao Comportamento, etc. O grau de especialista implica uma formação de três anos em regime de internato orientado por um especialista europeu e, no final, exige um exame ao Colégio da Especialidade.
A OMV deve rever-se neste sistema e nada justifica a criação de alternativas nacionais. Outra coisa será a “formação ao longo da vida” que é hoje na realidade. Assim, em nossa opinião os MV deverão participar em acções de formação de várias ordem a fim de obterem uma diferenciação nas áreas da sua actividade profissional.
A OMV deverá regulamentar a avaliação e acreditação destas acções de formação e assumir-se como o garante da qualidade destas iniciativas de forma a promover a qualidade das mesmas.
 
– Em suma, quais são as principais directrizes do programa eleitoral da  lista?
– O nosso lema é unir, reunir, ouvir e agir.
Para tal, partimos de uma ideia que materializámos num projecto que se viabiliza através de um equipa abrangente, profissional, disponível e determinada.
Propomo-nos criar um Conselho Consultivo; um Observatório da Profissão Veterinária; um Gabinete de Relações Externas e trabalhar na implementação de medidas de Apoio Social.
Queremos continuar o trabalho encetado pelo actual Conselho Directivo e desenvolver iniciativas entretanto em curso: Combate ao exercício ilegal; Combate à usurpação de ; Regras para a concessão de cédulas profissionais a MV extra comunitários; do IVA (e no futuro lutar para a sua eventual abolição), etc.
Prometemos presença, trabalho e disponibilidade.

 

Site em http://candidaturaramalhoribeiro.blogspot.com/.

Perfil – Ramalho Ribeiro

 

Licenciado em Medicina Veterinária pela ESMV de Lisboa, em 1971, João Manuel C. Ramalho Ribeiro é mestre em Nutrição Animal pela Universidade de Aberdeen, na Escócia, e doutorado pela mesma universidade.
Agregado pela ESMV de Lisboa, em 1989, o candidato a bastonário presidiu o Conselho Regional do Sul da OMV (1992-1994) e (1994-1997), foi presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias (2001 – 2003) e director da Estação Zootécnica Nacional (2002-2007).
Actualmente acumula o cargo de coordenador da Unidade de Investigação em Produção Animal, delegado nacional ao “Standing Committee of Agriculture Research” da União Europeia e membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Santarém.

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