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Veterinários portugueses pelo mundo

Fernando Smit Cordeiro: “Em Portugal poderia sobreviver confortavelmente, mas sem rumo definido”

fernando smit cordeiro

No início de 2003 Fernando Smit Cordeiro teve a oportunidade de ir trabalhar para o Reino Unido. Em 2013 começou a colaborar com a Vets4Pets e no final de 2014 investiu na abertura da própria clinica Vets4Pets.

Qual a sua área de especialidade e porque escolheu essa área?
Neste momento dedico-me à clínica e cirurgia de animais de companhia.

Como surgiu a oportunidade de ir trabalhar para o estrangeiro? Onde trabalha neste momento?
A minha vocação começou por ser bovinos de leite e nesse sentido fiz um estágio em Madrid, no final do 3º ano, enquanto estudante. Nos dois anos seguintes planeai o meu estágio curricular na Holanda, onde pelo meio de bovinos de leite também fiz clínica de equinos, porcinos, caprinos, cães e gatos de quinta. Finalizada a formação, no final de 2002 trabalhei em Portugal durante seis meses, tive experiências muito positivas, mas também negativas. Cheguei à conclusão que em Portugal poderia sobreviver confortavelmente, mas sem rumo definido. No início de 2003 surgiu a oportunidade de trabalhar no Reino Unido e no início de 2013 comecei a colaborar com a Vets4Pets. Até que, no final de 2014, investi na abertura da minha própria clinica Vets4Pets.

 

Quais as diferenças que encontra entre os métodos de trabalho nos dois países? Ou seja, como é um dia de trabalho normal? O que faz?
Um dia típico começa com consultas, depois cirurgias, almoço e depois as consultas da tarde. Acho que a maior diferença está no nível e na qualidade do apoio que recebo dos meus parceiros do grupo veterinário que faco parte (a nível de logística e contratos com fornecedores), no modelo sustentável de negócio, recrutamento, controlo financeiro, treino, marketing, etc.

Como é viver fora de Portugal? Conseguiu adaptar-se bem?
Acho que cada um que sai tem uma experiência diferente. Adaptei-me bem, a minha vida não é só veterinária, fui voluntário para a Federação de Ciclismo Britânica no planeamento e execução de eventos, fui voluntário na organização do Tour de France em 2014, tendo recebido um agradecimento pessoal do Primeiro-ministro David Cameron.

 

Como conseguiu chegar ao topo da empresa onde trabalha?
Atitude de parceria, muito trabalho e confiança.

Quais os seus planos para o futuro?
Continuar a minha progressão de permanente desafio a mim próprio, e tentar atingir objetivos mais altos.

 

Equaciona voltar a Portugal?
Volto frequentemente de férias.

Se sim qual o trabalho/projeto gostaria de desenvolver?
Já pensei em importar produtos portugueses para comercializar no Reino Unido, mas os contactos que fiz em Portugal não resultaram. Acho que não me levaram a sério.

 

Que conselhos dá aos recém-licenciados em medicina veterinária que estão a ter dificuldades em ingressar no mercado de trabalho?
Manter a mente aberta, Portugal é simplesmente uma parte do mundo. O mundo pertence-nos.

Como vê o estado atual da medicina veterinária em Portugal e no mundo?
Na minha opinião, a veterinária irá evoluir para um modelo cada vez mais corporativo.

Qual o seu sonho?
Paz e progresso no mundo.

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