Esta foi a principal conclusão do primeiro estudo realizado em Portugal sobre o papel das aves como agentes de disseminação de doenças infecciosas. O estudo, da Universidade de Coimbra, revelou ainda que esta bactéria é transmitida por carraças, especialmente a Ixodes ricinus.
O estudo foi desenvolvido por uma equipa de cinco investigadores da Universidade de Coimbra, do Centro de Estudos de Vecres e Doenças Infecciosas do instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e da Universidade de Neuchâtel na Suíça.
A pesquisa descobriu que a incidência da patologia é baixa no nosso país, no entanto “é importante estar informado sobre o risco de transmissão desta doença e saber como a prevenir porque o seu diagnóstico é difícil, uma vez que os sintomas iniciais são idênticos aos de outras doenças. Esta pesquisa fornece informações valiosas para definir as áreas de risco e fatores que influenciam a emergência de patologias transmitidas por carraças e, eventualmente, evitar surtos de doenças”, refere Cláudia Norte, coordenadora do estudo que já foi publicado nas revistas internacionais Environmental Microbiology e Experimental Applied Accarology.
O estudo, que permitiu ainda a identificação de uma nova estirpe da bactéria em Portugal, B. turdi, incluiu a captura de aves abundantes em Portugal (cerca de 20 espécies) para recolha de amostras de sangue e de outros tecidos e de carraças que estivessem a parasitar as aves.