Este estudo teve como finalidade fazer o levantamento da seroprevalência da leishmaniose canina e desenvolver ferramentas que ajudem na prevenção e diagnóstico precoce da doença.
Durante um mês, 135 clínicas veterinárias de todo o país recolheram mais de quatro mil amostras para análise. Os distritos de Beja, Castelo Branco e Portalegre são os mais afectados.
«Pretende-se que as conclusões deste estudo possam ajudar a esclarecer e sensibilibizar as populações para a leishmaniose canina. Ao sensibilizarmos as entidades mais envolvidas no combate à doença, estamos a proteger os cães da doença», explica Lenea Campino, do ONLeish.
O estudo permite um real conhecimento da infecção no nosso país e da sua distribuição pelo território nacional, permitindo em termos futuros uma resposta adequada às necessidades de cada região.
No que respeita ao sucesso do rastreio junto dos donos dos animais, Lenea Campino explica que «as pessoas foram muito receptivas e os médicos veterinários conseguiram sensibilizar e envolver os donos dos animais neste nosso objectivo. Os resultados não podiam ser mais positivos na medida em que mostram que afinal os portugueses estão mais despertos para a saúde do seu animal de estimação do que muitas vezes se pensa». Refere ainda que é preciso ter em conta que os animais rastreados são cães que têm acompanhamento médico regular e que os números encontrados «podiam ser bastante desconcertantes se as amostras fossem recolhidas também em cães abandonados».
Em Portugal, Espanha, Grécia, Itália e França, que são os países mais afectados na Europa devido ao clima mediterrânico que propicia a existência do vector, estima-se que haja cerca de 2,5 milhões de cães infectados.
A leishmaniose canina é uma infecção grave dos cães causada pelo parasita leishmania e transmitida por um insecto, denominado de flebótomo. É uma doença de evolução crónica que, sem tratamento, leva à morte do cão. É transmissível ao Homem e constitui um risco para a saúde pública.