Será que ter um animal de estimação pode ajudar a reduzir a ansiedade? É isso mesmo que quer descobrir José Filipe Costa, estudante de medicina da Universidade do Minho, que por experiência própria acredita que o seu Labrador é um ‘fármaco’ mais poderoso do que qualquer antidepressivo ou consulta de psicologia na redução dos seus ataques de ansiedade.
O estudante, de Famalicão, enfrenta ataques de ansiedade desde criança, mas no 11º ano, quando um Labrador de cinco meses entrou na sua vida, percebeu que poderia ter ali uma solução para as suas crises.
“Ele surgiu de forma espontânea. Nos meus tempos livres comecei a passear com ele e apercebi-me que ficava gradualmente mais relaxado e bem-disposto”. Contudo, quando foi estudar para a Escola de Medicina na Universidade do Minho, longe de casa, os problemas de ansiedade voltaram. Ainda assim, “uma hora depois de chegar a casa e passear com o cão, ficam ultrapassados”.
Esta “epifania”, como lhe chama, levou-o a estudar o problema. No âmbito do projeto de opção no 1.º ano do Curso de Medicina, decidiu iniciar um estágio na associação Ladra Comigo, que faz terapia com cães de assistência, para tentar perceber qual o impacto dos animais de estimação nos problemas de ansiedade das pessoas.
“Neste estágio procuro saber se, para outras pessoas, estar com estes cães tem o mesmo efeito. Poder lidar com um registo variado de indivíduos – de idosos a crianças, e deficientes mentais com várias síndromas – vai permitir uma aproximação à sua realidade futura”, revelou à Lusa.