Uma combinação de variáveis na aplicação de ultrassons proporciona uma esterilização permanente em cães machos sem influenciar os níveis de testosterona. A conclusão é de um estudo italiano que defende que esta pode ser uma boa opção para os proprietários de animais que não querem que a esterilização tenha consequências no comportamento do animal.
O estudo* incluiu 100 cães divididos em cinco grupos com diferentes regimes de tratamento com diferentes combinações de variáveis de ultrassons.
De acordo com Raffaella Leoci, a responsável pelo estudo, um regime de três aplicações de ultrassons a 1 MHz e 1,5 W/cm2, de uma duração de cinco minutos com um intervalo de 48 horas, mostrou-se eficaz como método de esterilização permanente nos cães sem impacto nos níveis hormonais. Segundo a cientista, o método de ultrassons não é invasivo, é fácil de administrar, é bem tolerado pelos animais e não altera os níveis de testosterona.
Antes e depois do tratamento, os cientistas recolheram sémen, avaliaram os níveis de testosterona e mediram o tamanho testicular. Após 40 dias, os cães foram castrados cirurgicamente e foi avaliado o tecido testicular.
“O regime de ultrassons adequado que identificámos parece proporcionar esterilização permanente nos cães machos sem influir nos níveis de testosterona”, refere a investigadora. Para além disso, este método pode ser uma alternativa atrativa para os donos de cães que querem que o animal sofra alterações comportamentais ou problemas de saúde a longo prazo devido à perda de níveis de testosterona.
* Leoci, R., Aiudi, G., Silvestre, F., Lissner, E., Marino, F. and Lacalandra, G. (2015), Therapeutic Ultrasound as a Potential Male Dog Contraceptive: Determination of the Most Effective Application Protocol. Reproduction in Domestic Animals, 50: 712–718. doi: 10.1111/rda.12548