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Está na altura de propormos à tutela medidas para a defesa dos clínicos de animais de companhia

Entrevista Jorge Cid: Estamos a arriscar muito este ano

A APMVEAC está a preparar mais uma edição do seu congresso – 17 e 19 de maio – que terá como ponto forte a mesa redonda em que vão ser discutidos os novos desafios que se colocam aos CAMV’s. “Apelamos aos colegas que levem propostas devidamente fundamentadas para podermos apresentar e discutir as conclusões, para as apresentarmos à tutela”.

Como foi preparado o programa do XXII Congresso APMVEAC, gostaria de destacar alguma área ou pontos fortes?

Os temas fortes vão ser dermatologia, cirurgia e medicina felina. Foram os temas mais pedidos pelos nossos associados, temas que gostariam de ver abordados. Todos os anos fazemos um inquérito em que solicitamos a todos os participantes que proponham quais os temas de maior interesse, sendo que este ano foram estes os sugeridos. Também tentamos não repetir as temáticas, para um clínico de animais de companhia temos de ter temas específicos e generalistas. Estes três temas são relativos ao dia-a-dia de um pequeno consultório, ou de um grande hospital. São assuntos que se nos deparam no dia-a-dia.

 

Conseguiram garantir a presença de especialistas internacionais. Destaca alguém em particular?

Todos os especialistas que vão estar presentes são pessoas de grande renome mundial. Destacamos a Prof.ª Sorrel Langley-Hobbs que escreveu agora um livro, talvez um dos livros mais recentes – Feline Soft Tissue and General Surgery – lançado em 2013. Foi uma das autoras que lançou o livro mais atual em matéria de cirurgia ortopédica felina.

 

Esta é uma oportunidade dos médicos veterinários portugueses terem um contacto privilegiado com estes especialistas?

Sim, é uma oportunidade de terem um contacto direto com figuras de renome. Alguns conhecem-nos dos livros e uma abordagem direta com esses especialistas é sempre importante, até porque há sempre a hipótese de trocar impressões, de fazer perguntas, de ter um intercâmbio de experiencias e conhecer alguns pormenores. A troca de ideias é sempre uma mais-valia. É uma hipótese de contactar com especialistas que normalmente só estão presentes nos grandes congressos europeus e americanos.

 

O que pode ser interessante para os médicos veterinários portugueses que estão um pouco afastados destes congressos. Porque devem ir este ano ao congresso da APMVEAC?

Temos tentado, e é um esforço que iremos fazer de futuro, além do congresso ter sessões de educação contínua grátis para sócios, com grandes oradores e com temas importantes. Estamos a fazer um congresso com oradores de nível europeu, sendo que um congresso europeu tem um valor altíssimo, não está ao dispor de todos os colegas, não só pelo preço, como pela dificuldade a nível da deslocação. Tentamos fazer um congresso a um preço quase irrisório. Para ter uma ideia, num congresso em Barcelona a inscrição custa à volta de 500€, a nossa inscrição para sócios custa 75€. Não há despesas de viagem, não há tempos perdidos nas clínicas. É uma oportunidade dos clínicos de animais de companhia terem um contacto com grandes nomes mundiais da medicina veterinária a um preço quase simbólico e em Lisboa.

 

Já têm muitos inscritos?

Penso que este ano vai ser um êxito, pelo menos a julgar pelo interesse demonstrado pelas pessoas. É evidente que, como qualquer bom português, as pessoas só se inscrevem quase nos últimos dias, mas já temos mais inscritos do que nos últimos anos e temos sentido uma vontade grande das pessoas colaborarem com a APMVEAC.

Como está a situação da associação?

Muitos colegas que não eram sócios estão a inscrever-se, outros que eram e não pagavam quotas, que se tinham desinteressado voltaram a mostrar interesse porque além de todas estas abordagens técnico-científicas que fazemos estamos a tentar congregar a APMVEAC os anseios dos médicos veterinários, levar a quem de direito os anseios dos clínicos de animais de companhia. Destaco como muito importante uma mesa redonda que vamos fazer no último dia do congresso.

O que vão discutir?

Vamos discutir todos os temas que estão neste momento em grande debate no seio dos clínicos de animais de companhia. São muitos os desafios que estão em cima da mesa, como por exemplo a proliferação de clínicas sem regras, a medicina efetuada pelas associações de proteção animal sem qualquer regulamento e que afeta os clínicos dos CAMV’s, todo o exercício da medicina ilegal, tudo o que tem a ver com o exercício da medicina, da defesa dos interesses dos clínicos de animais de companhia. É evidente que não tentamos aprovar medidas puramente corporativas, tentamos afirmar o papel do médico veterinário do animal de companhia na sociedade, mostrar o interesse e necessidade dos donos de animais de companhia irem às clínicas e ter um papel cada vez mais importante na defesa da saúde pública, que em última análise é o que está em causa. Numa altura em que há uma crise muito grande no setor, em que há dificuldade de emprego dos novos veterinários e um número bastante significativo em situação de emprego precário, mal remunerado, está na altura de propormos à tutela medidas que possam ir de encontro à defesa dos clínicos de animais de companhia.

Já conseguiram a confirmação dos organismos decisores na mesa redonda?

Sim, temos a confirmação da presença da Ordem dos Médicos Veterinários, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária e do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários. Prevê-se que seja uma mesa redonda bastante participativa, já apelámos para que os colegas levem propostas devidamente fundamentadas para podermos apresentar e discutir, no sentido das conclusões serem apresentadas à tutela.

Nota: Ler a entrevista na íntegra na edição de Maio da revista Veterinária Atual

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