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É uma recompensa pelo excelente trabalho em bem-estar animal que tem vindo a ser desenvolvido em Portugal

É uma recompensa pelo excelente trabalho em bem-estar animal que tem vindo a ser desenvolvido em Portugal

Nuno Henrique Franco foi distinguido com o prémio Young Animal Welfare Scientist de 2013 pelo seu trabalho de doutoramento sobre o uso de animais em investigação biomédica e o seu bem-estar.

O prémio Jovem Investigador da UFAW (Universities Federation for Animal Welfare) foi atribuído em Barcelona a Nuno Henrique Franco, investigador do IBMC (Instituto de Biologia Molecular e Celular).

Contactado pela VETERINÁRIA ATUAL, Nuno Henrique Franco acredita que um fator preponderante para ter conquistado o prémio foi “a quantidade e qualidade das comunicações científicas que resultaram do meu projeto de doutoramento”. Quando questionado sobre o seu trabalho, o investigador explica o que deu origem à investigação: “a condição principal é que a experimentação animal deverá ter como propósito o benefício da saúde, bem-estar ou segurança de seres humanos ou outros animais. A outra é que todos os esforços sejam feitos no sentido de minimizar o desconforto dos animais usados. Tem sido crescente o número de estudos dedicados a avaliar o benefício do uso de animais em ciência. Eu olhei para o prato da balança onde pende o custo: no bem-estar dos animais”.

 

Para projeto de doutoramento, Nuno Henrique Franco resolveu avaliar como o bem-estar dos animais usados em ciência é tido em consideração em investigação biomédica, escolhendo dois casos de estudo: “o uso de modelos animais no estudo da doença de Huntington e no estudo da Tuberculose”.

Desde sempre que o tema do bem-estar animal foi próximo a Nuno Henrique Franco. “Iinteressa-me muito a natureza complexa e multidisciplinar desta área, principalmente no que diz respeito ao uso de animais para fins científicos. É um tema complexo no sentido em que tem dimensões éticas, sociais, científicas e até mesmo económicas. É multidisciplinar porque é necessário reunir os saberes da etologia, fisiologia, genética e ética – entre muitas outras áreas do saber – para compreender, avaliar e promover o bem-estar animal nos mais variados contextos”.

 

Além da visibilidade, a atribuição deste prémio é uma motivação extra “numa altura em que muitos cientistas – e os bolseiros em particular – se sentem desmotivados para trabalhar num país que olha para eles como mão-de-obra barata (ainda que altamente qualificada e produtiva), e com muito poucos direitos laborais. Estas pequenas coisas ajudam a manter o ânimo, ao saber-se que, apesar de todas as contrariedades, alguém está atento ao que fazemos e reconhece o valor desse trabalho. É também uma recompensa pelo excelente trabalho em bem-estar animal que tem vindo a ser desenvolvido em Portugal,  e em particular no laboratório onde me insiro, liderado pela Dr.ª Anna Olsson”.

Para o futuro, Nuno Henrique Franco tem em mente reunir condições para “avaliar na prática medidas para melhorar o bem-estar dos animais de laboratório, sem prejuízo da validade dos dados obtidos (e potencialmente até para o seu benefício). Tenho estado também envolvido num grupo de trabalho europeu em que estamos a desenvolver orientações para a avaliação prospectiva da severidade de procedimentos em animais, uma imposição da nova diretiva europeia que regula o uso de animais para fins científicos. Estou ainda a avaliar o impacto de algumas das medidas dessa diretiva no trabalho dos investigadores. Finalmente, estou a orientar algum trabalho na área do refinamento do uso de animais em ciência”. 

 
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