Era grande a expetativa para a edição deste ano do Congresso Montenegro, agendado para 22 e 23 de fevereiro no Europarque, em Santa Maria da Feira. Estavam prometidas várias inovações no modelo do evento e a organização teve a coragem de elevar a fasquia, a começar pelo pavilhão da área comercial.
Era impossível ficar indiferente à imponência do palco montado de raiz, bem no centro do pavilhão, ladeado pelos vários expositores que este ano apostaram em marcar presença no evento. Um sistema de audiovisuais arrojado e uma plateia montada em frente ao palco surpreenderam quem chegava e os lugares foram escassos para a primeira palestra do dia, a cargo de Carlos Vich. O médico veterinário mostrou à vontade em palco e esteve sempre disponível para responder às dúvidas da assistência, maioritariamente jovem, que assistiu à primeira palestra sobre os Princípios Básicos da Dermatologia.
Este ano, as palestras foram antecedidas por um pequeno-almoço de networking que serviu para marcar o mote para o que haveria de ser uma tendência ao longo do evento: muito networking na área comercial e palestras sobre vários temas, sempre com um ponto em comum: a pontualidade.
Aliar a ciência a momentos lúdicos
Luís Montenegro não podia estar mais satisfeito com o balanço do evento. “Este ano procurámos que o Congresso foi diferente. Quando foi planificado já tínhamos essa intenção e o nosso objetivo, mesmo correndo riscos, era aliar a ciência a momentos lúdicos. Quisemos que as pessoas se sentissem mais confortáveis e apostámos em valorizar mais o espaço comercial”.
Para Luís Montenegro é missão de todos “puxar a classe para cima, não fazer sempre as coisas ‘à pobrezinho’. Se queremos ser respeitados pela sociedade nós próprios temos de dar dignidade ao que fazemos. Acho que conseguimos dar muita dignidade e muita atitude ao espaço comercial”.
“O espaço para quem chegava era dignificante, imponente e isso ajudou a valorizar a feira porque se não a valorizarmos, os patrocinadores – que fazem um grande esforço para marcar presença e agradecemos essa aposta – não sentem valorizado o seu esforço. Esse objetivo foi conseguido”.
Casos clínicos ao vivo
Outra das novidades deste ano foi a apresentação de casos clínicos ao vivo no palco da área comercial. Uma aposta clara por parte da organização e que, com algumas melhorias, pode marcar o futuro dos eventos na área. “Foi uma aposta nossa. Apesar de ainda não ter sido completamente interiorizada pelos oradores e pela própria assistência – porque é uma novidade – acho que este modelo vai ser o futuro. Porque o que se passa numa consulta por vezes é impossível de descrever numa palestra para um auditório. Como foi novidade houve alguma resistência, mas com algumas melhorias o modelo da formação vai ser este”.
Este ano, a organização também apostou numa app do evento e que além de disponibilizar o programa completo das várias salas, permitiu ter acesso aos oradores e a todos os inscritos no evento através da possibilidade de envio de mensagens diretas. “A app teve um papel preponderante e conseguimos que as pessoas aderissem e fizessem perguntas ao orador”, explicou Luís Montenegro. “Hoje em dia, as pessoas sentem mais à vontade com estas aplicações e torna-se mais fácil colocar perguntas aos oradores”.
Luís Montenegro também deixou uma palavra de agradecimento à equipa que o ajudou a tornar o evento possível. “Conseguimos motivar uma equipa jovem e colocá-los todos no mesmo barco e com rumo definido. Os coffee breaks correram melhor e os horários foram cumpridos, o que valoriza o evento”.
“Estou muito feliz, acho que conseguimos cumprir o que tinha sido planificado. Tivemos dificuldades, foi um evento muito dispendioso, mas estou feliz e de uma forma geral as pessoas ficaram agradadas com o evento”.
A manhã do dia 24 de fevereiro ficou marcada pela corrida do Congresso Montenegro, uma iniciativa destinada a criar um elo entre os médicos veterinários e a sociedade. “Temos de chamar a sociedade para estar connosco e isso não é uma desvalorização da profissão, nem perdemos o respeito da sociedade. É conquistar para que todos juntos possamos sensibilizar a sociedade para o bem-estar animal”, reforçou Luís Montenegro. “Além de ser a maior corrida solidária porque ultrapassámos os 1000 inscritos, tivemos a oportunidade de dar um kit higiénico para o animal e os participantes foram sensibilizados a cuidar bem do animal e vão estar mais próximas de nós”.