A maioria dos médicos veterinários não consegue reconhecer sinais de dor pós-operatória em gatos. A conclusão é de um estudo recentemente publicado que indica que apenas 33% dos gatos recebem analgésicos pós-operatórios, um número inferior aos dos cães, que em 75% dos casos recebem medicação para a dor depois de uma operação.
Jo Murrell, investigadora da Universidade de Bristol e uma das responsáveis pelo estudo citada pelo Veterinary Times, explica que existe uma perceção generalizada entre a comunidade médico-veterinária de que os gatos regressam ao normal rapidamente depois de uma cirurgia, razão pela qual muitas vezes não é receitada qualquer medicação analgésica.
“Temos estudos que sugerem que não é esse o caso e que indicam que os gatos mostram de facto alguns sinais de dor em casa com os seus donos, por isso acho que a forma como podemos fazer uma maior melhoria é através da melhoria da analgesia pós-operatória”, indica.
De acordo com a investigadora, uma das principais causas deste problema é o facto de os gatos serem muito ‘eficientes’ a disfarçar os sinais de dor. “Enquanto os cães podem ser mais vocais e a procurar atenção, os gatos tendem a esconder-se e é muito fácil esquecer que a perda de comportamento normal está associada a dor”.
O alerta vem no seguimento da campanha da International Society of Feline Medicine (ISFM) a alertar para a necessidade dos felinos receberem fármacos para alívio da dor após procedimentos cirúrgicos.
“Os veterinários estão a fazer um bom trabalho com a analgesia no dia da cirurgia, mas pode ser melhorado se for estendida ao período pós-operatório”.
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