Em 2015, os canis municipais nacionais recolheram um total de 30 192 animais, 23 706 cães e 6 486 gatos. Destes, 12 073 acabaram por ser abatidos, 2 128 voltaram aos donos e 12 567 foram adotados. Os dados são da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e são esta segunda-feira (11 de abril) citados pelo Jornal de Notícias, revelando uma quebra no número de animais abandonados face a 2014.
As associações de defesa dos animais contestam este cenário e referem que é bem mais negro do que aquele que os dados da DGAV querem traçar. É que, de acordo com estas associações, em Portugal realizam-se cerca de 274 abates por dia, mais de 100 mil todos os anos. Um número superior à média de 33 abates por dia indicada pela DGAV.
Rita Silva, presidente da Associação Animal, refere ao jornal que “é ridículo que o Governo não tenha vergonha de fazer pouco das pessoas ao divulgar esses números, que é óbvio que não correspondem à realidade”.
O objetivo das associações de defesa dos animais é que deixem de existir abates nos canis, sendo para isso necessário “reestruturar o sistema” atualmente existente, defende Sandra Cardoso, da SOS Animal, ao jornal diário.
O PAN apresentou em dezembro do ano passado uma proposta para colocar um fim aos abates em canis que está atualmente a ser debatida em sede de Comissão. No arquipélago da Madeira, o abate em canis já foi proibido, medida que obriga os canis municipais a devolver os animais à rua depois de serem esterilizados e se não forem adotados.