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Descoberta pode ajudar a explicar transição dos peixes para tetrapodes

Descoberta pode ajudar a explicar transição dos peixes para tetrapodes

Um estudo publicado na última edição da revista “Nature” e conduzido por paleontólogos suecos, da Uppsala University, baseados na reconstrução de partes de um peixe que possuía quatro membros, desenterradas na Letónia, permitem explicar a evolução dos peixes para os tetrapódes.

Segundo o “Alpha Galileo”, há já muito tempo que os primeiros tetrapódes – os antepassados dos anfíbios, reptéis, aves e mamíferos – evoluíram para um grupo de peixes há cerca de 370 milhões de anos, durante o período Denoviano. Contudo, apesar dos cientistas terem descoberto fósseis de peixes quadrúpedes oriundos daquele período, eles apresentavam diferenças entre si e não permitiam delinear um quadro completo das etapas que intermediaram a transição.
Em 2006, a situação transformou-se de forma radical com a descoberta de um intermediário quase perfeito de um peixe quadrúpede, o Tiktaalik, mas mesmo assim permaneciam dúvidas quanto à evolução deste animal para os primeiros vertebrados terrestres.
Agora, a descoberta de fósseis intactos do primitivo tetrapode, o Ventastega, do período Denóvico na Letónia, pode ser a chave para compreender a fase de transição.
«O Ventastega foi o primeiro descrito através de materiais fragmentários em 1994; desde aí, tinham sido encontrados nas escavações inúmeros fósseis soberbamente preservados, que nos permitiu reconstruir a totalidade do crânio, ombro e parte da pélvis», afirmou o professor Per Ahlberg, do Department of Physiology and Developmental Biology, da Uppsala University.
As reconstruções orientadas pelos investigadores Per Ahlberg e Henning Blom, em colaboração com colegas do Reino Unido e da Letónia revelaram que o Ventastega era mais semelhante a um peixe do que qualquer um dos seus contemporâneos, como o Acanthostega. O tamanho do crânio e padrão dos seus maxilares fazem com que seja considerado algures entre o Tiktaalik e o Acanthostega.
«Contudo, o ombro e a pélvis são idênticos ao Acanthostega, sendo que o ombro é diferente do Tiktaalik (a pélvis deste não é conhecida), sugerindo que a transformação de barbatanas para membros já havia ocorrido. Parece que partes diferentes do corpo evoluíram em diferentes velocidades durante a transição da água para a terra», explicou Per Ahlberg.

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