Terminou no passado domingo mais uma edição do Congresso Montenegro, um dos eventos mais importantes do calendário da medicina veterinária em Portugal. Luís Montenegro, o grande dinamizador do evento, estava visivelmente satisfeito com o resultado final. “Todos juntos podemos muito fazer e, sem dúvida, que este evento é prova disso. O grande objetivo do congresso – que passa por criar uma onda de positividade entre todos – foi mais uma vez cumprido”.
Luís Montenegro destaca a satisfação que viu nas pessoas que teve oportunidade de contactar, desde congressistas, a oradores que transmitiram “tão sábios saberes” e patrocinadores, “a quem cabe agradecer pois têm feito um grande esforço para que este evento seja uma realidade. Este ano tenho mais um agradecimento a fazer: a toda a equipa da empresa Feira-Viva , que de forma incansável atende a todas as necessidades que vão surgindo no evento.
O diretor do Congresso Montenegro referiu ainda que estamos “numa era em que o bem-estar animal está em voga. Já não há quem não o tenha em conta, não é sequer discutível. Cabe-nos a nós dignificar e valorizar o ato médico, para que as boas práticas e ética prevaleçam, porque será sempre esta postura que valorizará a nossa profissão e que contribuirá para a nossa causa do bem-estar animal”.
A cerimónia oficial de abertura do XIII Congresso Montenegro contou com a presença de Fernando Bernardo, diretor-geral da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, que sublinhou o cunho “muito moderno da abordagem que aqui se faz da medicina veterinária. Tal como o Congresso Montenegro tem sido capaz de se tornar um evento de referência a nível nacional, também a DGAV aspira a tornar-se num organismo moderno, atualizado e capaz de responder aos desafios que a nova medicina veterinária nos coloca no contexto destas novas sociedades muito urbanizadas e muito exigentes”.
A cerimónia de abertura contou ainda com a participação da Liga para Proteção da Natureza, já que o Programa Lince foi a causa solidária escolhida para este ano e à qual foi entregue um donativo de 1200€, resultado de 25% das inscrições no evento.
Sala de gestão e Prémio StartUp entre as grandes novidades
Além das novidades que as empresas trouxeram para a área de exposição do Congresso Montenegro, dois dos grandes destaques foram a Sala de Gestão e o Prémio StartUp Montenegro, que reuniu oito empresas candidatas ao troféu. “Havia projetos capazes e com arrojo”, referiu Luís Montenegro, sendo que o prémio acabou por ser entregue à VetPat, o projeto em que uma simples gota de sangue é suficiente para conseguir traçar um perfil analítico do paciente. O projeto já tem 20 parâmetros disponíveis dentro das áreas da hematologia e bioquímica, em apenas um minuto.
Além do primeiro prémio, que irá permitir à VetPat ter um ano de assessoria da Deloitte e um stand gratuito na próxima edição do Congresso Montenegro, o júri decidiu entregar ainda um segundo prémio à Pet Universal e o terceiro prémio à Zu. Luís Pinto, da Pet Universal, considerou muito merecido o prémio entregue à VetPat e garantiu que a sua empresa está agora focada na reinvenção do que são hoje os suportes tecnológicos na atividade clínica. “Em 2017 estamos a pensar em 2027 e a desenhar sistemas que, por serem mais simples, mais rápidos e mais próximos do que é o processo clínico irão certamente mudar a forma como os veterinários e os enfermeiros olham para a tecnologia”. Entre as novidades destaque para “novas formas de recolher, armazenar e interagir com a informação, de forma alargada e integrada nas diversas áreas dentro de uma clínica ou hospital, bem como na interação com o cliente final”.
“É muito importante começar a pensar de forma positiva”
O dia de sábado terminou com a palestra de Tim Vieira na sala de gestão, onde ao longo da tarde se discutiu sobre clientes, margens de lucro e contratos de trabalho. O investidor brincou com a forma de ser dos portugueses, muito centrada na negatividade, e desafiou os presentes a pensar de forma positiva. “É importante ter uma mentalidade de vencedor e mais importante ainda começar a pensar de forma positiva. Não devemos ter medo de enviar emails e ligar para falar com empresas que estão no estrangeiro. Devemos arriscar e pensar em grande”.
Tim Vieira falou sobre o seu percurso profissional, principalmente da fase em que perdeu tudo o que tinha investido no primeiro negócio, e aproveitou para explicar que não foi isso que o fez desistir. “Aprendemos com os nossos erros e é importante falhar para aprender da próxima vez que tentamos. Falhar é importante por isso”.
Para Tim Vieira, a disrupção está a chegar ao mercado veterinário e isso é visível nas ideias que teve oportunidade de conhecer nas apresentações do Prémio StartUp. Perante a pergunta ‘se tivesse oportunidade de investir no setor veterinário, onde seria?’ respondeu: “em projetos que tornassem os processos mais eficientes e em projetos que melhorem a qualidade de vida dos cães, que vivem cada vez mais anos”.
Ler a reportagem na íntegra na próxima edição da Veterinária Atual
