O ataque informático global que recentemente afetou centenas de organizações deixou o mundo em alerta. Em Portugal, o ciberataque conseguiu penetrar as barreiras de grandes empresas como a PT e, mais recentemente, o sistema informático do Ministério Público também demonstrou ser falível, ficando dois dias em baixo depois de um ‘apagão’ que afetou o sistema de comunicação interno.
Dá que pensar: se grandes empresas como a PT estão suscetíveis a este tipo de ataques, estarão as pequenas e médias empresas preparadas para ataques semelhantes? A sua clínica veterinária e o seu sistema informático estão protegidos contra um eventual ataque?
Um artigo recentemente publicado pela MRCVS online defende que este ataque informático global é um alerta para aquilo que pode acontecer quando as redes não estão bem protegidas. E na era do big data, em que as informações que guarda na sua rede têm um valor incalculável, é importante que aprenda a proteger a sua clínica para um eventual ataque informático. De acordo com a publicação, se seguir os seguintes passos ficará menos suscetível a eventuais ataques:
Backups
Tenha o cuidado de fazer, com frequência, os backups de todos os dados que considera importantes. Além disso guarde mais do que uma cópia de cada documento em locais distintos.
Alerta: se guardar dados importantes fora da rede da sua clínica, não se esqueça que devem estar encriptados para que não sejam de fácil acesso. Este conselho não é importante apenas para o proteger de um ataque informático, mas também de eventuais roubos ou avarias de hardware.
Atualizações de segurança
Quantos de nós não o fizemos já: assim que a janela de alerta de atualizações de segurança salta no desktop corremos a fechá-la, antes que o computador inicie o processo de atualizações e nos impeça de continuar a trabalhar. Não volte a fazê-lo. É importante que faça as atualizações regulares que o seu sistema operativo o aconselhar a fazer.
Softwares de antivírus
Deve ter um antivírus instalado nos computadores e deve atualizá-lo com frequência. E não se esqueça: periodicamente deve colocar o antivírus a fazer uma ‘revisão’ do sistema.
Ficheiros infetados
Ficheiros como emails, downloads, websites e pens USB são as fontes de infeção mais comuns. Se possível limite o acesso do seu staff a este tipo de ficheiros nos computadores da clínica, já que basta que um destes ficheiros entre num computador para que todo o sistema seja afetado.
Foi no passado dia 12 de maio que o mundo ficou em alerta depois de ter sido anunciado um ataque cibernético à escala global. O malware conseguiu penetrar as barreiras de segurança de grandes empresas como PT, EDP, KPMG Santander e até de vários hospitais no Reino Unido, deixando várias unidades de saúde sem sistema informático durante várias horas.
De acordo com os trabalhadores de algumas destas empresas, as organizações receberam alertas de um software malicioso que estaria a tentar entrar nos computadores para encriptar os ficheiros, exigindo um resgate em bitcoins – moeda virtual que tem vindo a ganhar importância, sendo já reconhecida como método de pagamento em alguns países – para libertar os ficheiros.
Os bitcoins são códigos encriptados para os quais existem carteiras próprias na web e cuja emissão não é controlada por nenhum banco central, o que significa que as entidades que as emitem e comercializam não são reguladas nem supervisionadas por qualquer autoridade do sistema financeiro, nacional ou europeias.
A 3 de março de 2017, o valor de uma bitcoin já superava a cotação de uma onça de ouro, atingindo 1268 dólares.