Os cães da raça bulldog francês têm 16 vezes mais probabilidades de ter problemas a dar à luz. A conclusão é de um estudo recentemente publicado pelo Royal Veterinary College, que indica que os cães braquicéfalos têm também um risco mais elevado de sofrer distocia (a ocorrência de anormalidades de tamanho ou posição fetal, resultando em dificuldades no parto).
Estas conclusões são do projeto VetCompass, do Royal Veterinary College, que recolhe informações sobre cerca de seis milhões de animais de companhia do Reino Unido. Para este estudo em particular, os investigadores analisaram dados referentes a 20 mil cadelas que receberam cuidados veterinários de emergência, 3,7% dos quais devido a problemas a dar à luz.
Entre os animais tratados de emergência devido a problemas a dar à luz, os cães da raça bulldog francês foram os mais afetados. Depois destes surgem cães das raças Boston Terrier, com 12,9 mais probabilidades de sofrer de problemas a dar à luz, Pugs com 11,3 vezes mais probabilidades de sofrer problemas no parto e Chihuahuas, com 10,4 mais probabilidades de sofrer de problemas no parto.
Estas conclusões vêm aumentar as preocupações da comunidade médico-veterinária em relação aos cães braquicéfalos, que têm vindo a ganhar popularidade nos últimos anos.
Dan O’Neill, um dos investigadores envolvidos na investigação, refere que “no caso dos cães, dar à luz nem sempre é um processo benigno e a nossa investigação mostra que o risco é especialmente exacerbado em algumas raças de braquicéfalos.”
Aparência é a principal razão para a compra de braquicéfalos
O grupo de investigação britânico alerta ainda para o facto de a decisão de compra de cães braquicéfalos ser motivada sobretudo pela aparência do animal. De acordo com o projecto VetCompass, a aparência do animal é a principal razão que leva a comprar estes cães.
Rowena Packer, uma das autoras do estudo, refere que “os potenciais compradores deste tipo de cães que são atraídos especialmente pela sua aparência devem considerar se estão emocionalmente e financeiramente preparados para lidar com os elevados riscos e complicações de saúde”.