De acordo com o Correio do Minho, que cita o investigador, “quisemos prever a progressão da raça sob as atuais condições de maneio e identificar as variáveis vitais à sua sobrevivência. Concluímos que a raça está atualmente em risco de extinção.”
Como fatores que podem estar a impulsionar a extinção da raça, o estudo aponta a baixa percentagem anual de fêmeas em reprodução decorrente do crescente abandono da criação destes animais.
“Estima-se em 600 indivíduos a população reprodutiva, que está envelhecida, onde menos de metade das fêmeas de raça pura registadas pariram e algumas pariram uma única vez” esclarece o investigador à publicação.
Para além da falta de fêmeas, o estudo aponta ainda como fatores críticos a taxa de mortalidade em crias no primeiro mês de vida, o aumento da consanguinidade e o menor sucesso reprodutivo das fêmeas a partir dos 15 anos de idade.
O estudo analisou ainda a fisiologia reprodutiva das fêmeas da raça mirandesa e revela que “a perda de condição corporal no inverno pode afetar a capacidade de reprodução e a elevada taxa de gestações gemelares”, mas também que a altura do ano em que as crias nascem pode ser “importante para a sua sobrevivência”.
Para o investigador, “novas estratégias para o uso sustentável do burro mirandês devem ser fomentadas para combater a variação negativa em práticas agrícolas que deixaram os rebanhos tradicionais com nenhum incentivo para se reproduzir.”