Tal avanço significa que os agricultores serão capazes de manter a produção de leite em face de uma mudança climática, bem como reduzir os níveis de gazes e o seu contributo directo para o aquecimento global.
A luta contra as emissões de gazes com efeito estufa, produzidas pela indústria agrícola, é uma prioridade. O Department for Environment, Food and Rural Affairs (DEFRA), do Reino Unido, acaba de anunciar um plano que tem por objectivo ajudar a indústria pecuária a reduzir o seu potencial impacto no ambiente, em consonância com a meta estipulada pela Grã-Bretanha para redução da emissão de gases com efeito estufa em 20% até 2010.
Estima-se que, até 2015, 20 a 30% dos produtores de leite beneficiem de novas tecnologias para redução das emissões.
O Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) calcula que o metano seja responsável por 14,3% da contribuição humana para o aquecimento global.
Por outro lado, de acordo com dados da National Oceanographic and Atmospheric Administration (NOAA), nos Estados Unidos, os níveis atmosféricos de metano podem vir a aumentar novamente, após um período de estabilidade de 10 anos.
Uma única vaca pode produzir entre 550 a 700L de metano por dia e estima-se que o metano proveniente do gado bovino, no Reino Unido, possa totalizar 3% do total de gases com efeito de estufa, emitidos naquele país.
A produção de metano pelas vacas deve-se à microflora presente no seu intestino e que ajuda o gado bovino a digerir os alimentos. À medida que estes microrganismos “desmontam” a celulose da erva, o metano é produzido como um subproduto, cuja maioria é expelida.
«Não se ouve realmente as vacas a eructar o metano, mas elas estão constantemente a libertá-lo», explicou o director internacional de nutrição do Richard Keenan, no Reino Unido, David Beever.
A erva, denominada Gramina, irá utilizar uma tecnologia de supressão, para prevenir a expressão da enzima O-metil transferase. Ao suprimir esta enzima, dá-se um aumento na digestibilidade da erva, sem que se comprometam as suas propriedades estruturais.
Bovinos: Erva mais digestiva pode diminuir efeito estufa
De acordo com o “Science Daily”, uma espécie de erva que cresce em climas quentes e que permite diminuir a quantidade de metano que os bovinos expelem enquanto mastigam alimentos regurgitados está a ser desenvolvida por engenharia genética.