Até setembro deverá entrar em vigor a nova lei que proíbe o abate de animais em canis municipais, mas o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, não acredita que a questão esteja resolvida até lá, já que, segundo ele, os centros de recolha de animais estão completamente lotados.
Fernando Bernardo, Diretor-Geral de Alimentação e Veterinária, já tinha defendido também esta semana, durante um debate organizado pelo PAN, que existia a possibilidade de a proibição de abates vir a ser adiada, uma vez que alguns dos centros de recolha de animais ainda não possuem condições para aplicar a medida, sendo necessárias obras.
Já esta sexta-feira (25 de maio) é Jorge Cid quem refere, em declarações ao Público, que os canis municipais estão lotados e que “arriscar-me-ia a dizer que não existe uma vaga em todo o país.”
“Gostaríamos que a lei entrasse em vigor na sua plenitude em setembro, mas não vai haver condições. Ninguém ligou muito à lei e agora é que está tudo ‘ó tio, ó tio!…’A questão do fim dos abates nos canis não se resolve até setembro”, defende Jorge Cid.
Recentemente, o Governo anunciou a abertura de uma linha de financiamento, no valor de um milhão de euros, para as autarquias poderem fazer obras nos respetivos centros de recolha e os poderem dotar de condições de esterilização para os animais.
Em 2017 foram abatidos nos centros de recolha oficiais cerca de 12 mil cães e gatos, um aumento de 25% face a 2016.