A forte pressão de consumo tem obrigado a avicultura a modernizar-se e adaptar-se constantemente a novas regras. O grande número de efectivos nas explorações (um bando pode ter mais de 50 mil animais) aumenta consideravelmente os riscos de transmissão de doenças e de elevadas perdas, pelo que o sector rapidamente percebeu que a prevenção é a melhor forma de enfrentar qualquer ameaça. Daí ao moderno conceito de biossegurança, não foi preciso muito.
«A abordagem moderna feita à biossegurança é a de uma ferramenta de produtividade e competitividade que permite às empresas pecuárias participar com sucesso nos mercados actuais», escrevia Sergio Alejandro González Sánchez, gerente de produto de biossegurança da Bayer México, Sanidad Animal, no Editorial de Bayervet Junio-Agosto de 2007.
João Rebelo Cotta, administrador da Controlvet e da Nutroton, vai mais longe e considera que «a biossegurança é hoje o pré-requisito para se estar ou não no mercado: ou se adopta ou desaparece-se. É uma ferramenta de selecção “natural”», enquanto Daniel Moreno, responsável pelos serviços técnicos de avicultura da Intervet Schering-Plough Animal Health salienta que «a biossegurança é a chave fundamental de qualquer produção avícola, devendo ser complementada com um correcto programa profiláctico. Sem a aplicação de medidas de biossegurança adequadas a vacinação, por si só, não consegue resolver todos os problemas».
O lema da União Europeia (UE), explica o presidente da Federação Portuguesa das Associações Avícolas (FEPASA), «é prevenir em vez de curar e por isso proibiu a utilização de quase todos os medicamentos na carne de aves. Assim, as empresas apostam na prevenção e vigilância, assente em planos de biossegurança». Manuel Lima lembra que «o sector da avicultura foi pioneiro na rastreabilidade total dos animais. Todos têm um guia sanitário passado pelo médico veterinário (Informação Relativa à Cadeia Alimentar – IRCA), que segue com ele quando vai para abate».
João Rebelo Cotta salienta, por seu lado, que «os médicos veterinários têm tido um papel fundamental na evolução do sector avícola. Pela sua formação académica, têm mais preparação para actuar em todas as áreas da biossegurança e conceberem planos para reduzir a incidência de doenças. Este sector é uma escola de hábitos de trabalho porque aqui a reacção tem de ser muito rápida, seja a ameaças, seja a novos enquadramentos legislativos».
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