Em entrevista à “Agência EFE”, um dos responsáveis pelo estudo, Jordi García-Fernández, do departamento de Genética da Universidade de Barcelona, explicou que esta «premissa científica» revela que «em 95% do genoma (humano) podem ser encontradas regiões semelhantes às do genoma do anfioxo», o que significa que apenas algumas centenas de genes fazem a distinção entre o genoma humano e o do anfioxo, uma vez que o homem possui pouco mais de 20 mil genes e o anfioxo cerca de 20 mil. Assim sendo, parece que estes genes diferentes foram decisivos no processo de evolução que deu origem aos vertebrados.
Por conseguinte, e segundo as conclusões do estudo liderado por Daniel S. Rokhsar, director do Joint Genome Institute, nos Estados Unidos, o anfioxo, um invertebrado marinho que não evoluiu em 500 milhões de anos, possui um genoma e um plano corporal simples que, simultaneamente, é muito semelhante ao dos vertebrados, tornando-o num «modelo ideal em questões biomédicas, genómicas ou de estudos de regulação genética».
A possibilidade de comparar o genoma do homem e o do anfioxo permitiu identificar entre 50 e 100 regiões do genoma humano «altamente conservadas» durante 500 milhões de anos.
«Parece que o genoma do anfioxo está congelado, ou seja, é muito primitivo, e ao compará-lo com o do homem, pode-se saber exactamente de onde vem cada fragmento dos nossos 23 cromossomas em termos evolutivos », explicou.
Actualmente, existem 29 espécies de anfioxo no litoral do planeta.
Anfioxo: Investigadores decifram genoma do elo perdido dos vertebrados
Um consórcio internacional mapeou o genoma do anfioxo (Branchiostoma floridae), um invertebrado marinho primitivo. O estudo, publicado na revista “Nature”, poderá constituir um passo importante na compreensão da evolução genética dos vertebrados e do genoma humano.