Prevenir continua a ser o melhor investimento para a promoção da saúde animal. Através de planos de desparasitação e vacinação consoante a idade e a espécie, os médicos veterinários sensibilizam para atitudes que salvam vidas e protegem a saúde pública. Mas, afinal, que zoonoses mais preocupam as equipas nos CAMV? E de que forma se sensibilizam os tutores para a prevenção?
Ao longo dos anos, os planos de vacinação e desparasitação foram sendo aperfeiçoados e recomendados pelos médicos veterinários. As vacinas salvam vidas e conforme vamos ouvindo nas várias entrevistas e conferências que realizamos na VETERINÁRIA ATUAL, prevenir é sempre melhor do que tratar. “Quer para a espécie canina, quer para a espécie felina, existem planos de vacinação e desparasitação que são recomendados pelos médicos veterinários. Esses planos foram naturalmente evoluindo nos últimos 30 anos, acompanhando as descobertas científicas que foram havendo, como por exemplo, a inclusão de novas estirpes”, salienta Jorge Moreira, presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica de Medicamentos Veterinários (APIFVET). E, se é verdade que existem atualmente doenças que, no passado, não eram alvo de profilaxia vacinal e que agora têm vacinas que ajudam à sua proteção, também se sabe que “os protocolos vacinais foram sendo adaptados, à luz dos novos conhecimentos científicos que foram havendo, especialmente com o início da primovacinação”, salienta o responsável.
Do ponto de vista regulamentar, das práticas de fabrico e de distribuição também se foi assistindo a várias inovações e atualizações, o que significa que os tutores estão mais bem preparados para combater as doenças dos seus animais de companhia. Mas estarão também devidamente informados e consciencializados para a importância de atitudes preventivas? A APIFVET tem como seus associados um conjunto de empresas que, nos últimos anos, têm desenvolvido alguns materiais de marketing, informando os médicos veterinários dos novos avanços científicos. “Também a nível dos tutores dos animais de companhia foram feitas campanhas alertando e sensibilizando para a questão da desparasitação de vacinação”, sublinha o responsável.
Hoje, os tutores têm mais ferramentas para a importância da desparasitação interna e externa, bem como o cumprimento dos esquemas vacinais. “Estão mais conhecedores dos benefícios de um acompanhamento médico-veterinário preventivo, situação que o confinamento de alguma forma reforçou, já que os tutores tiveram oportunidade de passar mais tempo e de forma continuada com os seus animais”, salienta Susana Azinheira, diretora clínica do Hospital Alma Veterinária, no Cacém. Neste hospital, existem planos de check-up adaptados à espécie e idade do animal. “Os procedimentos envolvidos vão desde as análises sanguíneas, radiografias torácicas e abdominais à ecografia, medição de pressão arterial e análises mais específicas, como por exemplo, as de função tiroideia”, acrescenta a médica veterinária.
Também Ana Pinto, médica veterinária do Hospital Veterinário Ani Mar (HVA), na Póvoa de Varzim, tem assistido a uma maior necessidade, por parte dos tutores, de um acompanhamento médico regular desde o nascimento dos animais de companhia. “Mesmo assim, a sensibilização para a importância da vacinação e desparasitação continua a ser fundamental, já que em zonas mais rurais ainda surgem bastantes dúvidas e mitos em relação às prevenções, nomeadamente à vacinação antirrábica − aqui na zona é muito frequente não quererem vacinar cães de caça porque ´perdem o olfato’. Quanto à desparasitação, o nosso maior entrave é fazer entender aos tutores a frequência com que esta deve ser realizada, dado os diversos parasitas e respetivos ciclos a que os animais estão sujeitos”, destaca.
Cães e gatos: que diferenças?
Tal como na medicina humana, também existem dúvidas e receios por parte de alguns tutores, notando-se alguma relutância na desparasitação de animais indoor por acharem que não é necessário. “As duas fases mais críticas na vida de um animal são a pediátrica e a geriátrica”, foca Ana Pinto. Para os animais séniores, no HVA, aconselha-se a realização de check-ups anuais que envolvem análises gerais (hemograma e análises bioquímicas), eletrocardiograma, exame radiográfico torácico e ecografia. Os animais jovens seguem um plano pediátrico até ao primeiro ano que inclui desparasitações mensais até aos seis meses, vacinação pentavalente e identificação eletrónica e vacinação antirrábica.
A médica veterinária Ana Pinto nota ainda uma certa discrepância no que toca aos felinos. “Como grande parte é indoor, as pessoas assumem que eles estão protegidos e, por isso, não necessitam de um acompanhamento médico veterinário regular.” Por isso, o Grupo Ani Mar tem feito algumas ações de sensibilização para contrariar esta tendência.
Vacinar e desparasitar são prioridades identificadas da Cascaisvet, clínica localizada em Cascais, principalmente no primeiro ano de vida do animal, período em que ainda tem um sistema imunitário muito vulnerável. “O acréscimo de animais que chegam à nossa clínica para vacinação é bastante evidente, o que nos deixa muito satisfeitas. Os nossos tutores esforçam-se por cumprir os reforços anuais e confiam-nos essa tarefa”, explica a enfermeira veterinária Catarina Pinto. Apesar de a equipa da Cascaisvet tentar fazer a mesma abordagem para cães e gatos com pequenas nuances devido às diferenças entre espécies, é notória uma maior preocupação ou talvez mais informação nos tutores de cães sendo sempre mais fácil implementar medidas preventivas, quando comparado com os tutores de gatos. A médica veterinária Vanessa Pais justifica o que está por detrás desta opção: “Esta disparidade pode dever-se muito ao facto de os tutores de felídeos ainda encararem o gato como um animal que não gosta de sair de casa ou de entrar numa transportadora para ir ao veterinário. Por outro lado, por viverem num ambiente citadino e sem acesso à rua, permanecerem toda a vida num apartamento e mais isolados, os tutores consideram que dificilmente vão adoecer”.
  “Esta disparidade [de desparasitação e vacinação em cães e gatos] pode dever-se muito ao facto de os tutores de felídeos ainda encararem o gato como um animal que não gosta de sair de casa ou de entrar numa transportadora para ir ao veterinário”, explica Vanessa Pais, médica veterinária da Cascaisvet
Os protocolos preventivos que a equipa considera essenciais são sempre apresentados e propostos nas consultas, ficando a decisão à responsabilidade do tutor. Esta clínica pauta-se pela abordagem holística no sentido da prevenção e disponibiliza vários planos de saúde a pensar nos diferentes grupos etários, desde o plano pediátrico, ao plano de saúde básico destinado à fase adulta e ao plano de saúde premium, este pensado para os animais séniores. Nestes, estão incluídos serviços de vacinação, colocação de microchip, esterilização, análises de sangue, imagiologia, entre outros exames.
Também no Hospital Veterinário do Restelo (HVR), existem diferentes check-ups e rastreios de acordo com a espécie, raça, idade e até porte do animal. “Apostamos na prevenção e criámos uma consulta de geriatria e um clube sénior. Os procedimentos incluídos nos packs são análises sanguíneas gerais e endócrinas, radiografias, ecografias, ecocardiografias, eletrocardiogramas, urianálises e medição de pressão arterial”, refere a médica veterinária Paula Santos que também tem assistido a uma maior atenção dos tutores para a necessidade de prevenção e dos cuidados necessários para aumentar o bem-estar e a longevidade dos animais.
Campanhas de sensibilização
“A vacinação animal previne o aparecimento de zoonoses e Portugal pode, neste aspeto, orgulhar-se, porque se não temos casos de raiva em humanos é devido à profilaxia obrigatória que se faz em todo o País. Por outro lado, animais corretamente desparasitados e vacinados são animais saudáveis e imunologicamente aptos a combater doenças, evitando o seu aparecimento e disseminação no meio ambiente”, salienta Jorge Moreira. A APIFVET tem vindo a chamar a atenção para o aparecimento de antibioresistências, tanto nos animais, como nos humanos, fruto do elevado consumo de antibióticos. “Por outro lado, se não estiverem corretamente desparasitados, interna e externamente, os parasitas podem passar dos animais para os humanos.”
A prevenção em termos de desparasitação interna e externa é semelhante nos gatos e cães com a ressalva de que a desparasitação externa nos cães, além de pulgas e carraças, tem que incluir repelência de mosquitos, explica a diretora clínica da Alma Veterinária. “Em termos de prevenção vacinal existem bastantes diferenças sendo que no caso dos gatos os protocolos vão muito ao encontro do risco do animal, se vai ou não à rua e a convivência com outros gatos. A prevenção vacinal no caso dos cães inclui mais proteções do que no caso dos gatos, uma vez que os cães passeiam diariamente na rua, viajam com os seus tutores pelo País ou mesmo para o estrangeiro correndo maior risco de contrair doenças”, afiança Susana Azinheira.
Durante o mês de junho, a Alma Veterinária tem a decorrer a campanha para a sensibilização da importância da vacinação e desparasitação, intitulada “Proteger é um ato de amor” onde são abordadas as prevenções de doenças, como a leishmaniose e dirofilariose pensando já nas férias e na deslocação dos animais e dos seus tutores para outras zonas geográficas, algumas com mais risco para estas doenças. Todos os meses, o hospital tem diferentes campanhas de sensibilização para determinada área da medicina veterinária.
O HVR recorre às redes sociais, ao site e até ao espaço físico (receção e consultórios) com informação para sensibilizar e alertar os tutores. “Organizamos workshops temáticos para tutores. Apostamos também nos rastreios de doenças hereditárias e congénitas e participamos em programas de rádio, televisão e junto das escolas e colégios”, afirma Paula Santos.
“Organizamos workshops temáticos para tutores. Apostamos também nos rastreios de doenças hereditárias e congénitas e participamos em programas de rádio, televisão e junto das escolas e colégios” – Paula Santos, Hospital Veterinário do Restelo
No Hospital Ani Mar, é escolhido um tema mensal para dar a conhecer aos tutores determinadas patologias, cuidados a ter e outras informações que a equipa considere mais relevantes. “Este mês, por exemplo, o tema é a leishmaniose. A vacinação, desparasitação e zoonoses [na região, a leptospira é ainda um problema algo frequente] são temas também debatidos”, salienta Ana Pinto. Antes da pandemia, o hospital realizava ações formativas presenciais mensais com a presença dos tutores na unidade hospitalar e eram igualmente realizadas ações de sensibilização em meio escolar.
Na Cascaisvet, são realizadas iniciativas de divulgação com frequência, sempre que se considere pertinente, com temas relacionados com “esterilização, saúde oral, leishmaniose e dirofilariose, duas patologias cada vez mais encontradas na região de Lisboa, entre outras”.
A desparasitação e prevenção na pandemia
Dentro do conceito “One Health”, tem surgido um outro, “One Welfare” e Jorge Moreira considera que a desparasitação e vacinação são essenciais dentro destas terminologias. “Os tutores dos cães e dos gatos beneficiam imenso em ter animais saudáveis e felizes, não só do ponto de vista económico, mas também do ponto de vista emocional. Não nos podemos esquecer do papel que os cães e os gatos tiveram na saúde mental de muitas famílias nesta pandemia”, sublinha.
A pandemia acabou por ter um efeito positivo para todo o tipo de prevenção, “uma vez que os tutores ficaram mais alerta para os problemas dos seus animais, motivado pelo confinamento e estreita e continuada relação entre os mesmos”, explica Susana Azinheira. No Hospital Ani Mar, tem-se notado um certo atraso em relação à desparasitação e vacinação, fruto desta fase que ainda vivemos, apesar de, neste momento, a situação já estar mais regularizada. “Durante o confinamento, como notámos essencialmente um atraso grande na desparasitação, chegámos inclusive a disponibilizar um serviço de entrega ao domicílio de desparasitação, ao qual juntámos alimentação e medicação para patologias crónicas, de forma a evitar que as pessoas se deslocassem, mas mantivessem o interesse em manter os animais protegidos e cuidados”, explica Ana Pinto.
Paula Santos explica que a pandemia veio lembrar o dever de responsabilidade individual sobre a comunidade. “Todos nós sofremos com o impacto de uma doença incontrolável e constatámos a rapidez de contágio. Os tutores voltaram a nós dando mais importância à vacinação e à prevenção.”
Na Cascaisvet, houve um decréscimo de recorrência às consultas e da procura de serviços, como a desparasitação e a vacinação, o que seria expectável, segundo a médica veterinária Vanessa Pais. “Na fase inicial da pandemia, tudo era desconhecido e as medidas implementadas eram imperiosas. A nossa clínica adotou medidas face à situação como a entrega de produtos em casa de forma gratuita, consultas espaçadas e apenas por marcação, entre outras, de forma a criar ligação permanente com os nossos pacientes e confiança com os tutores”, defende. Com o alívio do desconfinamento, os tutores retomaram as suas rotinas e atualizaram o que ficou em stand-by ao nível da prevenção, acrescenta.
Que zoonoses preocupam mais os médicos veterinários?
As zoonoses provocadas por parasitas externos e internos são as que preocupam mais a equipa da Alma Veterinária, daí o reforço na sensibilização para a adequada desparasitação. “A prevenção da leishmaniose e mesmo da dirofilariose, por constituírem risco para o humano, ainda que, por meio de vetor, requer bastante atenção e aconselhamento por parte da nossa equipa”, explica Susana Azinheira. É sobejamente conhecido o papel dos médicos veterinários na saúde pública. “A vacinação para a leptospirose e a vacinação antirrábica são amplamente aconselhadas por nós para que nenhum tutor seja infetado pelo seu animal.”
“A prevenção da leishmaniose e mesmo da dirofilariose, por constituírem risco para o humano, ainda que, por meio de vetor, requer bastante atenção e aconselhamento por parte da nossa equipa” – Susana Azinheira, Alma Veterinária
No geral, o Hospital Ani Mar incentiva à vacinação contra as doenças infetocontagiosas mais frequentes. “No que respeita a zoonoses, consideramos que estamos relativamente seguros. Outras patologias como a sarna e a leishmaniose são pouco frequentes na nossa zona”, explica Ana Pinto. No Hospital Veterinário do Restelo, as zoonoses intestinais; dermatológicas (como sarna e tinha); a leptospirose, a leishmaniose, a toxoplasmose e as infeções causadas por agentes multirresistentes são as que preocupam mais a equipa.
“No que respeita a zoonoses, consideramos que estamos relativamente seguros. Outras patologias como a sarna e a leishmaniose são pouco frequentes na nossa zona” – Ana Pinto, Hospital Ani Mar
“Deparamo-nos com muitos animais que não estão devidamente protegidos contra o vetor mecânico da leishmania spp e/ou não são vacinados para tal. Relativamente a parasitas gastrointestinais ainda sentimos alguma falta de conhecimento por parte dos tutores havendo, por vezes, confusão na distinção com parasitas externos”, refere a enfermeira veterinária Catarina Pinto.
“Relativamente a parasitas gastrointestinais ainda sentimos alguma falta de conhecimento por parte dos tutores havendo, por vezes, confusão na distinção com parasitas externos” – Catarina Pinto, Cascaisvet
Novidades da indústria
Para o presidente da APFIVET, há que sublinhar o aparecimento de novas moléculas usadas por via oral na área de antiparasitários externos, o que facilita a adesão do tutor à prevenção. “A maior parte do investimento que a indústria de medicamentos veterinários fez nos últimos tempos foi no desenvolvimento de medicamentos profiláticos e, no futuro, esse continuará a ser o foco”, destaca.
“A maior parte do investimento que a indústria de medicamentos veterinários fez nos últimos tempos foi no desenvolvimento de medicamentos profiláticos e, no futuro, esse continuará a ser o foco” – Jorge Moreira, APIFVET
A pensar nos planos profiláticos de vacinação e desparasitação recomendados nos CAMV, a MSD Animal Health lançou o “Project Our Future Too (POFT)”, em 2020 e que continuará até 2022. “O POFT tem como objetivo sensibilizar os tutores para o impacto da alteração das estações do ano nos animais de companhia e nas suas famílias e o seu desenho foi concebido tendo como finalidade recrutar mais tutores para os centros de atendimento médico veterinário e aumentar a frequência da visita daqueles que já o fazem de forma esporádica”, explica Teresa Cabrita, product manager da Unidade de Negócio de Animais de companhia da MSD Animal Health. Este projeto conta com o apoio institucional da APMVEAC, de profissionais do setor (como embaixadores) e de alguns influenciadores, conhecidos do grande público para conseguir traduzir a linguagem técnica do projeto por uma mensagem mais simples e adequada à sensibilização dos tutores.
A MSD Animal Health está neste momento a fazer um segundo questionário a tutores para tentar perceber o real impacto da covid-19 na relação entre o médico veterinário e o tutor nos cuidados de saúde prestados aos animais. Está ainda a ser desenvolvida uma aplicação com o intuito de ajudar o médico veterinário na identificação das carraças. “Teremos mais novidades muito em breve”, esclarece Teresa Cabrita. No mercado das vacinas, a farmacêutica lançou a primeira vacina de administração única para as três doenças virais mais comuns em coelhos com um ano de duração de imunidade, “a Nobivac® Myxo-RHD PLUS, num ano em que não só as famílias têm cada vez mais animais de companhia como também se assiste à diversificação do tipo de animais de companhia, com os coelhos a ocupar o terceiro lugar no pódio da popularidade dos pets. Teremos mais um lançamento previsto para o final do ano que nos ajudará a consolidar a liderança no mercado das vacinas com a gama Nobivac® e será mais uma arma profilática para os médicos veterinários com vantagens claras em relação às soluções existentes no mercado”, acrescenta a responsável.
No mercado dos antiparasitários, a MSD Animal Health lançou recentemente a Leishcollar®, a única coleira antiparasitária do mercado que é um medicamento veterinário sujeito a receita médico-veterinária e como única indicação para a proteção contra a picada do flebótomo transmissor da leishmaniose. “Trata-se de um projeto pioneiro na MSD Animal Health e todo o conceito criativo do medicamento veterinário foi desenvolvido em Portugal, desde o packaging até aos materiais de comunicação − a raça de cães escolhida foi o perdigueiro português com a intenção de reforçar que este é um projeto ‘made in Portugal’ que servirá como prova de conceito para ser adotado por outros países, sobretudo países endémicos de leishmaniose”, explica Teresa Cabrita.
Fruto da pesquisa e desenvolvimento de alguns anos da Boehringer Ingelheim, a farmacêutica lança durante o mês de junho, um “endectocida inovador para gatos, que permitirá a eliminação de um amplo espectro de parasitas externos e internos, com uma única aplicação mensal. O NexGard® Combo é um novo antiparasitário, especificamente desenvolvido para gatos, de aplicação tópica, constituído por três substâncias ativas: esafoxolaner, eprinomectina e praziquantel”. No caso da esafoxolaner é a primeira isoxazolina especificamente desenvolvida para gatos, permitindo eliminar com rapidez as pulgas, antes que se reproduzam, e as carraças, esclarece o responsável. “As duas outras substâncias ativas permitem o tratamento de parasitas intestinais, pulmonares, cardíacos e vesicais”, foca Pedro Fabrica, médico veterinário e marketing and technical pet vet team lead da Boehringer Ingelheim.
Com duas apresentações, caixa com três aplicadores, será possível a aplicação deste produto em gatinhos e gatos com idade a partir das oito semanas e peso a partir de 800 gramas. O prazo de validade do medicamento quando produzido é de três anos. O NexGard® Combo é um medicamento sujeito a receita médico-veterinária e segundo Pedro Fabrica, “torna a desparasitação interna e externa descomplicada, pois com uma única aplicação tópica, o gato fica tratado para os principais parasitas, facilitando a administração do medicamento antiparasitário ao tutor do gato”.
Desde o ano passado que a Vetoquinol se tornou num parceiro central na área da parasitologia veterinária com a aquisição das marcas “Drontal®, Profender® e Procox®. Esta aquisição marca o desenvolvimento de uma linha estratégica para a empresa e o compromisso no apoio aos veterinários como importantes agentes de saúde pública”, explica Miguel Moura Esteves, gestor de produtos Ibéria & veterinário responsável técnico Portugal. Em breve, serão disponibilizadas novas adições com vista a aumentar o leque de soluções disponíveis para os médicos veterinários para melhor prevenir e tratar as parasitoses nos animais de companhia, foca o responsável.
Dispositivo contra pulgas e carraças 100% livre de químicos já chegou a Portugal
A ProtectONE, empresa focada no desenvolvimento de soluções livres de produtos químicos contra parasitas, acaba de lançar em Portugal o inovador dispositivo Tickless®, “o primeiro totalmente eletrónico e sem nenhum tipo de substância química, ideal para combater pulgas e carraças garantindo a saúde do animal e de toda a família”, conforme noticiado em comunicado de imprensa no final do mês de maio.
Tudo começou há dez anos em Itália, onde o ex-vendedor de casotas para animais Daniel Kiss − CEO e proprietário da ProtectONE Inc. − conheceu um professor que tinha que lamentava a morte do seu cão devido a uma doença relacionada com carraças. “O professor estava a testar várias formas de repelir as carraças e teve uma ideia única – um dispositivo inovador que usa ultrassons de alta frequência para manter as carraças afastadas. Daniel percebeu imediatamente que esse dispositivo inovador − agora chamado de Tickless® − poderia preencher um nicho importante. A maioria dos produtos para carraças contém uma imensidão de produtos químicos e cada vez mais os cuidadores de animais procuram soluções não tóxicas para pulgas e carraças”, conta Pálma Balogh, marketing manager da empresa.
Este novo produto, ecológico, atóxico, sem nenhum tipo de contraindicação, e fácil de usar, como foca a responsável, tem uma finalidade preventiva, atua através de impulsos ultrassónicos que são inofensivos e impercetíveis para os humanos e para os animais, mas perturbam as carraças, repelindo-as e mantendo-as afastadas dos animais de estimação. “Por ser livre de produtos químicos, o Tickless® é uma opção segura para animais, jovens, idosos, doentes e grávidas. Também é à prova de quedas e pode permanecer no seu animal 24 horas por dia, sete dias por semana, para proteção contínua. E como cães e gatos não são as únicas espécies que são alvo das carraças, também oferece produtos desenvolvidos para humanos (incluindo bebés e crianças)”, sublinha.
Os dispositivos Tickless® também repelem pulgas e, recentemente, a empresa lançou uma linha de produtos que repele os ácaros da poeira, uma fonte de alergia em muitas pessoas e animais.
*Artigo de opinião publicado originalmente na edição 150, de junho de 2021, da VETERINÁRIA ATUAL.