A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) já formou 200 examinadores de caça maior. Em comunicado, a entidade de ensino superior afirma que este trata-se do único curso, a nível nacional, validado pela Direção Geral Agricultura Veterinária (DGAV). Com esta formação, os caçadores ficam habilitados a examinar os animais no local de caçada e contribuir para a mitigação de doenças transmissíveis ao homem e aos animais.
“Estes 200 examinadores de caça em Portugal passam a participar no processo de colocação de carne de caça no mercado, em articulação obrigatória com o médico veterinário oficial que, no matadouro, recebe as peças de caça examinadas e emite a decisão sanitária”, explica a docente da UTAD e coordenadora científica desta formação, Madalena Vieira-Pinto. Dependendo da decisão, as peças de caça poderão ser colocadas em mercado ou para venda ou para consumo próprio, ou não.
Nos últimos anos, o setor da caça tem sido confrontado com desafios no âmbito da sanidade cinegética através de doenças como a Peste Suína Africana, a Triquinelose, a Tuberculose, entre outras. Para enfrentar estes desafios, o setor – segundo Madalena Vieira-Pinto – “deverá consolidar conhecimentos na área, por exemplo através destes cursos de formação especializada, assim como deverá e ou poderá procurar a ciência para se aliar como parceira na mitigação coerente e sustentada dos problemas identificados”.
O primeiro curso de exame inicial de caça foi criado em 2008 na UTAD, validado pela DGAV – na sequência da publicação do Regulamento (CE) N.º 853/2004, que prevê a “formação dos caçadores em sanidade e higiene” .
Em 2018, a Universidade estabeleceu um protocolo com o Clube Português de Monteiros (CPM) para a parceria no alargamento da organização e implementação destes cursos no terreno.