A UranoLab entrou em território português há um ano, tendo integrado a equipa que constituía os antigos VETinLAB e VetPat. O laboratório de dimensão ibérica, dedicado exclusivamente à medicina veterinária, conta agora com representação em Lisboa, Madrid e Barcelona. Com tecnologia de vanguarda e uma estrutura bem cimentada, valoriza o contacto direto e acessível com os clientes – os CAMV – com vista a facilitar-lhes o diagnóstico e a responder às exigências dos tutores. Em entrevista, a diretora técnica Vera Pereira fala-nos sobre as ambições do projeto.
A UranoLab é um laboratório exclusivamente dedicado à medicina veterinária de dimensão ibérica, que se encontra em solo português há cerca de um ano, desde janeiro de 2022. Fale-me sobre a entrada do laboratório em Portugal.
A UranoLab em Portugal surgiu primeiro como uma ideia dos responsáveis que já estavam à frente do laboratório em Espanha. O objetivo passava por criar um laboratório de dimensão ibérica que tivesse representação em Portugal, fisicamente. A marca UranoLabPT surgiu da aquisição do VetinLab, onde eu trabalhava desde o início da minha carreira, e do laboratório de anatomia patológica, VetPat, do qual a professora Conceição Peleteiro estava à frente e onde eu também colaborava.
E quiseram juntar todos os colaboradores que já exerciam funções nestes laboratórios…
Depois de falarem com os antigos responsáveis destes laboratórios e respetivos colaboradores, começaram a perceber que fazia sentido a aquisição destes dois laboratórios pela equipa. As instalações e os equipamentos são diferentes, mas a equipa mantém-se. Pretendiam implementar o laboratório em Portugal através da incorporação destes profissionais, porque os valorizavam.
A aquisição foi feita no final de 2021 e, no início de 2022, entrou toda a equipa, sem exceção. Identificámo-nos todos neste projeto. Começámos um percurso e em setembro fizemos a transição completa. Deixámos o nome antigo e começámos o portefólio de análises já com alçada UranoLabPT.
  “A medicina preventiva tem, de facto, evoluído. A UranoLabPT pretende acompanhar estes novos desafios, disponibilizar um leque de análises para várias áreas, de modo que possa corresponder às expectativas dos tutores e dos nossos clientes”
Quem faz parte da equipa UranoLabPT?
A equipa é composta por pessoas com funções diversas. Temos três médicas veterinárias, eu, a Catarina Meneses e a Madalena Lima Mayer, que temos como principal função a validação dos resultados das análises. Antes da comunicação do resultado ao médico veterinário há um processo de interpretação pelo patologista da UranoLabPT que tem em consideração o quadro clínico do animal. A Madalena ocupa-se mais com o trabalho de microbiologia e eu e a Catarina com o da citologia e hematologia. Recentemente houve a integração de mais uma veterinária, a Inês Frazão, que dá apoio sobretudo na área da citologia.
Temos também seis técnicas de análises clínicas e de anatomia patológica. Fazem o processamento das análises até obter um resultado. Há que ter em conta tudo o que uma análise envolve desde a sua recolha no CAMV, passando pela chegada ao laboratório e respetivo processamento, até à sua execução e validação. Temos de ter rigor e sentido crítico. Daí o papel das técnicas ser muito importante. O trabalho das veterinárias no laboratório está muito dependente delas.
Temos também uma rececionista, que é quem dá a cara no primeiro contacto. A primeira abordagem ao cliente é feita por ela e, por isso, tem de ter alguma preparação em análises para que possa aconselhar o colega.
Além disso, dispomos também de três estafetas – um deles contratado muito recentemente devido ao aumento do volume de trabalho − que tratam das recolhas e nos fazem chegar as amostras.
Dentro do laboratório, temos a professora Conceição Peleteiro – a quem a UranoLabPT endereçou um convite para integrar a equipa −, que tem a cargo a maior parte das análises histopatológicas e acompanha-nos em vários processos do laboratório, nomeadamente na área da citologia.
E, por fim, a gerência da UranoLabPT, da qual faz parte Pedro Victor, que também é um dos sócios da Campifarma.
A UranoLabPT é um projeto que está sob o pelouro da Campifarma…
O projeto UranoLabPT resulta de uma parceria entre a Campifarma e a Urano Vet, sendo o primeiro laboratório exclusivamente dedicado à medicina veterinária de dimensão ibérica, com laboratórios em: Lisboa, Madrid e Barcelona.
A Campifarma e a Urano partilham os mesmos valores de vocação e qualidade de serviço, pelo que a UranoLabPT irá ampliar a oferta de produtos e serviços ao médico veterinário sem renunciar a busca da inovação e da excelência que sempre caracterizou estas empresas.
Quem são os clientes do UranoLabPT?
Os nossos clientes são os CAMV – consultórios, clínicas e hospitais. Temos clientes por todo o continente, ainda que a nossa área mais forte seja em Lisboa e arredores. Mas temos clientes de norte a sul e nas ilhas, Madeira e Açores.
A missão do UranoLabPT passa por “realizar uma oferta inovadora de análises clínicas veterinárias integradas e acompanhar os novos tempos de desafio”. O que pretendem dizer com esta afirmação…. Referem-se à evolução do setor que tem sido visível nos últimos anos?
UranoLabPT é o nome da marca que pretende realizar uma inovadora oferta de análises clínicas veterinárias integradas e acompanhar estes novos tempos de desafio, mudanças e oportunidades para a nossa atividade.
Os tutores são cada vez mais exigentes e estão em alerta para uma série de situações. Desde o início da minha carreira que trabalho em análises e posso dizer que era raro realizarem-se análises para um check-up, acontecia apenas quando o animal estava doente e mesmo assim era complicado. Atualmente, são muitas vezes os próprios tutores que nos aliciam para fazer análises a um animal que está saudável. A medicina preventiva tem, de facto, evoluído. A UranoLabPT pretende acompanhar estes novos desafios, disponibilizar um leque de análises para várias áreas, de modo que possa corresponder às expectativas dos tutores e dos médicos veterinários assistentes. A nossa função passa por facilitar o trabalho dos nossos colegas e ajudá-los a obter um diagnóstico.
Acredito que esta exigência torne o vosso trabalho ainda mais recompensador. Podemos dizer que este é o melhor cenário possível para a vossa profissão?
Nós queremos fazer uma medicina de excelência e isso só é possível se tivermos ao nosso dispor este tipo de exames. Pretendemos tê-los de forma acessível para os nossos clientes. Queremos estar disponíveis para dar apoio através de um contacto constante com os nossos clientes, os médicos veterinários dos CAMV, com vista facilitar-lhes o diagnóstico.
Temos clientes que recorrem mais frequentemente ao telefonema. Eu, pessoalmente, gosto muito de comunicar e há coisas que se esclarecem melhor por esta via. Além do relatório, podemos orientar melhor o nosso colega através de uma conversa, trocando ideias.
Para a UranoLabPT, o diagnóstico será sempre um serviço de excelência para garantir que cumprimos com a confiança depositada pelos nossos colegas.
Análises clínicas – Um caminho sem retorno
O interesse pela área laboratorial começou ainda durante a faculdade. No terceiro ano do curso de medicina veterinária, a disciplina semiologia médica – atual propedêutica médica – aguçou a vontade de Vera Pereira enveredar pelo caminho das análises. Na altura, questionou a professora desta disciplina sobre a viabilidade de exercer nesta área, a qual lhe sugeriu realizar um estágio curricular num laboratório. E logo ali ficou definido que faria parte do estágio no laboratório de análises da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. Gostava muito também de medicina interna e eu achava que além da vertente laboratorial, algo já mais específico, seria interessante incluir no estágio curricular esta área. Fiz o estágio parte no laboratório e parte no hospital da faculdade. Adorei e aprendi imenso”, refere a atual diretora técnica da UranoLabPT. Depois do estágio, exerceu funções num consultório e, nessa altura, recebeu um convite da médica veterinária Marta Costa, com quem tinha estagiado, para trabalhar com ela num novo projeto laboratorial que estava a começar. “Fiquei encantada de ter a possibilidade de trabalhar naquela área, algo que eu considerava difícil de acontecer, porque não existiam laboratórios em Portugal, a não ser nas faculdades.” Manteve ainda o trabalho na clínica durante seis anos, considerando-o muito importante para a sua preparação. Só mais tarde, com um convite para trabalhar num laboratório da Universidade Lusófona, deixou definitivamente o trabalho de clínica. “A partir daí o meu caminho foi traçado exclusivamente nas análises, tentando passar por todas as áreas nesta área.”