O jardim zoológico do Bronx, nos Estados Unidos da América, terá confirmado à National Geographic que mais quatro tigres e três leões acusaram positivo nos testes para a presença de SARS-CoV-2.
Ainda em Nova Iorque, dois gatos apresentaram os dois primeiros testes positivos em animais de companhia nos Estados Unidos.
Esta notícia dá-se quase três semanas depois de ter sido confirmado que um tigre no mesmo zoo, Nadia, tinha testado positivo para a presença de SARS-CoV-2 e que outros seis felinos estariam a apresentar sintomas.
Os Laboratórios dos Serviços Veterinários Nacionais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos confirmaram, em comunicado emitido no início de abril, que os funcionários de saúde pública acreditam que os grandes felídeos terão ficado doentes depois de terem sido expostos a um zelador do jardim zoológico, infetado com covid-19, mas que se encontrava assintomático.
O primeiro tigre, Nadia, terá começado a mostrar alguns sintomas a 27 de março, e posteriormente outros animais desenvolveram sintomas de doença respiratória, como tosse.
Inicialmente, aquando da primeira notícia, não estava prevista a realização de testes aos felinos que apresentavam sintomas, para evitar a sua sedação. Contudo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) atualizou uma base de dados online com a informação, a 15 de abril, de que um leão em Nova Iorque tinha sido confirmado como positivo no teste para o novo coronavírus.
Perante esta informação, a National Geographic terá contactado o jardim zoológico do Bronx, a 22 de abril, para obter mais informações.
Posteriormente, a Wildlife Conservation Society, a organização sem fins lucrativos que gere o respetivo zoo, emitiu um comunicado de imprensa anunciando que quatro tigres e três leões tinham testado positivo e que, para evitar a sedação, os testes adicionais foram feitos através de amostras fecais dos animais.
Apesar do esclarecimento, não foi confirmada a data na qual estes testes terão sido realizados ou em que data terão sido recebidos os resultados.
Segundo avançado pela National Geographic, um porta-voz do jardim zoológico não respondeu a perguntas sobre estas datas e a USDA não respondeu ao pedido de comentários.
Os guardas dos jardins zoológicos de todo o país têm feito esforços para proteger também os grandes símios, uma vez que temem que estes animais possam apanhar doenças respiratórias dos humanos. Especialistas têm alertado para o facto de os grandes símios poderem ser particularmente suscetíveis ao coronavírus.
Alguns animais de companhia já apresentaram anteriormente resultados positivos no teste SARS-CoV-2: um pomerian e um pastor alemão foram os primeiros casos caninos e, posteriormente, um gato na Bélgica também acusou positivo.
Agora, surgem também os dois primeiros testes positivos em animais de companhia nos Estados Unidos, dois gatos no Estado de Nova Iorque, segundo informou a USDA. Os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA emitiram novas diretrizes sobre o vírus para os detentores de animais de companhia, afirmando que, embora não recomende testes generalizados nesta altura, os proprietários de gatos que devem mantê-los dentro de casa sempre que possível.
Apesar disso, na sequência destes casos e registando a procura dos detentores, um laboratório veterinário já disponibilizou testes ao SARS-CoV-2 para animais de estimação nos Estados Unidos.
A equipa do Harbin Veterinary Research Institute, na China, foi recentemente responsável por um estudo no qual os investigadores infetaram em laboratório gatos e outros animais com o vírus SARS-CoV-2. A pesquisa sugeriu que gatos e furões são suscetíveis à infeção por este vírus. Contudo, várias instituições e profissionais apelaram à cautela na interpretação dos resultados do estudo, que foi publicado sem ter sido revisto por pares.
São ainda várias as associações que apelam à adoção de medidas preventivas básicas, recomendando que qualquer pessoa diagnosticada com covid-19 limite o contacto próximo com o seu gato e que interaja o mínimo possível com o animal. Além disso, deve lavar as mãos antes e depois do contacto, incluindo quando realizar a limpeza do caixote, e evitar a proximidade do rosto.
Estas recomendações coincidem com as da Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA), realizadas no início de março, bem como com as de Francisco Antunes, professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e ainda do Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid.
Continua a não existir, até ao momento, qualquer indicação de que os animais de companhia possam transmitir covid-19.