Foram recentemente identificadas cinco espécies de Cryptosporidium (C. hominis, C.canis, C.parvum, C. ubiquitum e C.Suis) em amostras fecais de 197 raposas-vermelhas, também referida como vulpes vulpes, na Galiza, Espanha.
A informação foi publicada no portal da Oficina de Transferencia de Resultados de Investigación (OTRI) da Universidade Complutense de Madrid (UCM), com base num estudo editado na publicação Transboundary and Emerging Diseases.
A UCM realizou uma análise dos parasitas intestinais da raposa-vermelha da Galiza e identificou Cryptosporidium spp e Giardia duodenalis em 6,1% e 9,6% dos casos, respetivamente. Os resultados apontam para que a espécie animal seja um reservatório natural destes parasitas intestinais, que podem ser transmitidos a animais de produção e seres humanos.
Foi também descrita a primeira deteção de C. hominis em raposas na Europa, o que, segundo a diretora do grupo de Epidemiologia e Controlo de Doenças Transmissíveis em Carnívoros da Faculdade de Veterinária da UCM, Guadalupe Miró Corrales, aponta para a possível “sobreposição dos ciclos silvestres e domésticos deste parasita nas áreas rurais e periurbanas da Galiza”.
“Esta descoberta levanta a questão de se as raposas-vermelhas podem atuar como reservatórios naturais de C.hominis”, acrescenta.
A deteção de C. parvum e C.suis sugere a transmissão ativa entre animais de produção e animais selvagens, o que levanta a possibilidade de transmissão a humanos. A criptosporidiose humana pode ser assintomática ou produzir sintomas digestivos diferentes.
A diretora explica também que a identificação destes parasitas e a análise dos riscos de transmissão permitem ajudar na projeção e implementação de medidas de controlo e prevenção para impedir a disseminação destes patógenos.