Pênfigo foliáceo no cão e no gato: Como triunfar em minutos. Foi este o mote da apresentação do médico veterinário Carlos Vich nas Conferências Kimipharma sobre o conceito One Health. Em entrevista exclusiva à VETERINÁRIA ATUAL, Carlos Vich realça a importância da citologia no diagnóstico desta doença autoimune.
Qual é o maior desafio no diagnóstico do pênfigo foliáceo?
O maior desafio é conhecer as células e conhecer o tipo de infiltrado para poder diagnosticar com certeza. Se conhecermos o tipo de células e o tipo de infiltrado podemos diagnosticar muito facilmente com a citologia.
Focou a importância da citologia no diagnóstico desta doença autoimune. Considera que há alguma relutância dos profissionais para usarem este meio de diagnóstico?
A dermatologia é uma especialidade em que tudo é muito parecido. Podemos ver um pênfigo, mas que, na realidade, não o é.
A prova por excelência para determinar o diagnóstico é a citologia e o microscópio é fundamental.
E sobre o tratamento, quais as questões mais importantes a salvaguardar?
No tratamento temos de controlar o sistema imunitário e fazer uma imunossupressão, atendendo ao facto de ser uma doença autoimune. Temos que utilizar ciclosporina, corticoides, ou seja, imunomoduladores e imunossupressores.
Fazendo a ponte com a abordagem One Health, o que é que as doenças autoimunes em veterinária podem ir buscar ao conhecimento e tratamento das doenças autoimunes em humanos?
É provável que se o meio ambiente não está muito cuidado afete também a pele do cão e do gato e estes possam ter problemas imunomediados ou autoimunes.
Esta ideia sustenta que o ambiente, a agricultura, a saúde humana, a saúde animal e a alimentação estão ligados e tudo isto vai repercutir-se no sistema imunitário tanto de animais, como de humanos.