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Médicos Veterinários

Paulo Teixeira: “Os veterinários têm de saber valorizar-se, para poderem ser valorizados pelos outros”

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Todos os sábados, no Porto Canal, é possível acompanhar as aventuras do médico veterinário Paulo Teixeira e da sua equipa no programa de televisão Veterinários Todo-o-Terreno, que retrata a azáfama diária da prestação de cuidados de saúde a animais de companhia, espécies pecuárias, selvagens e exóticas. Além desta faceta mais mediática, Paulo Teixeira é gestor do grupo PT Serviços Veterinários – composta por sete Centros de Atendimento Médico-Veterinários (CAMV) –, mantém uma prática clínica mista intensa e foi recém-eleito presidente do Conselho Regional do Norte (CRN) da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV). Em tudo o que faz, garante, o denominador comum é sempre o mesmo.

Como surgiu a ideia de fazer o Veterinários Todo-o-Terreno e como tem sido esta experiência?

 

O programa surge como um acrescento/extra ao trabalho na nossa empresa. Esta foi a forma como o apresentei à minha equipa quando o convite surgiu. O nosso main core na PT Serviços Veterinários são os animais/serviços veterinários, pelo que só avançámos para o programa quando a equipa estava minimamente alinhada com o projeto.

Desde o início que eu sempre tive uma postura muito focada na parte médico-veterinária, nunca estive ligado nem à parte da produção, nem à parte do marketing. Enquanto diretor de conteúdos, tudo isso fica do lado da produtora (Química Criativa).

 

Apesar de haver vários programas do género no estrangeiro – sendo o mais conhecido o Dr. Pol, que é feito nos Estados Unidos e que já vai em mais de 10 temporadas –, quisemos fazer algo original e que acaba por ser pioneiro em Portugal. É um programa bastante autêntico, sem atores nem encenação. E não é só “bonito” para o público ver, sempre quis que primasse pela qualidade da medicina veterinária. O objetivo foi sempre o de mostrar o dia a dia da medicina veterinária, obviamente com preparação para as gravações, mas com o mínimo de encenação. Seguimos muito aquilo que é o fluxo da atividade clínica do dia a dia e procuramos gravar o que aparece e mostrar o que de melhor se faz. Tentamos não condicionar a nossa atividade diária ao programa, procurando que seja ao contrário, isto é, as gravações é que se adaptam ao nosso fluxo de trabalho.

Também por isso, quando o convite surgiu, procurei rodear-me de colegas de referenciação/diferenciação que me dessem garantias de qualidade – além da minha equipa, na qual confio plenamente – e assegurassem elevar o patamar do programa em termos qualitativos. Contamos, por isso, com Jorge Leite e Tiago Viana na área da Ortopedia, Hélio Oliveira na área da Cardiologia, Maria João Vieira da Silva na área de Oftalmologia e Telmo Fernandes em Imagiologia, só para citar alguns. Atualmente, está em exibição o Veterinários Todo o Terreno – Especial Exóticos, que foi gravado em Lisboa com o colega Mário Nóbrega.

 

“Um dos grandes problemas da medicina veterinária em Portugal neste momento é, sem dúvida, a não valorização da classe médico-veterinária pela sociedade.”

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No início estávamos muito receosos, enquanto equipa, porque era a primeira vez que se fazia algo do género em Portugal. Íamos à descoberta, do zero… Tínhamos um bocadinho de medo da forma como nos íamos expor, porque isto tem tudo de bom e tudo de mau. Tem tudo de bom no sentido em que podemos apresentar o nosso trabalho, tudo de mau porque nos expomos à crítica do público e dos nossos pares. Sentíamos muito essa pressão, na medida em que a classe veterinária é uma classe que parece estar sempre à espera da crítica interpares.

 

E essa crítica fez-se sentir?

A verdade é que nós fizemos duas temporadas (estamos agora a preparar a terceira) – ao todo, 60 programas, muitos dias de gravações e muitos casos clínicos – e não tivemos uma única crítica negativa. As coisas têm corrido muito bem e temos vindo a evoluir e a adaptar-nos.

A minha ideia inicial era ter um programa mais técnico e mais voltado para a classe médico-veterinária e para os estudantes de medicina veterinária. Mostrar as cirurgias e outros procedimentos… Mas, percebi que, com esse público-alvo, não teríamos qualquer hipótese de entrar em canal aberto. Fomos fazendo adaptações aos conteúdos e formato e o programa está cada vez mais virado para o público em geral.

Apesar desta mudança de foco, a qualidade manteve-se e há um bom equilíbrio entre a vertente mais técnica e menos técnica. Embora utilizemos uma linguagem mais informal, acredito que quem nos vê perceba que estamos a fazer as coisas bem feitas e, acima de tudo, a dignificar e valorizar a medicina veterinária. Porque, no final, esse é o nosso grande objetivo. Ainda que isso não se consiga em dois anos ou com um programa de TV, são este tipo de ações que nos fazem chegar ao público final e fazer com que as pessoas digam: “Afinal esta malta da veterinária faz coisas de top mundial: TAC,RM, próteses, ecografias…”.

Tudo isto são formas de valorização da profissão, que é algo tem que ser feito aos poucos, quase inconscientemente. Porque um dos grandes problemas da medicina veterinária em Portugal neste momento é, sem dúvida, a não valorização da classe médico-veterinária pela sociedade.

Como é que a veterinária surgiu como uma opção para a sua vida?

Não fui aquela criança que sonhava em ser veterinário. Gostava e gosto de animais e na altura de escolher um curso, a medicina veterinária pareceu-me uma excelente opção. Nunca tive esse sonho, mas o mais importante hoje é dizer que estou 100% realizado nesta área. Tenho a certeza de que é isto que, neste momento, eu quero ser e fazer.

Acho que a minha grande conquista atualmente é a minha realização pessoal e profissional. Têm sido anos muito difíceis e desafiantes, principalmente para os colegas que, como eu, têm empresas e fazem gestão, e a quem não basta ser veterinário. Temos um conjunto de desafios adicionais, com a gestão dos recursos humanos (RH) e todas as burocracias que advém da gestão e que, neste momento, são o que mais me desgasta.

Com o stress da prática clínica vivo bem, o que me cria dificuldades adicionais atualmente prende-se, sobretudo, com a dificuldade de captação e de retenção de RH e com a própria gestão de toda uma estrutura como é a da PT Serviços Veterinários.

“Este gap que existe entre o que o setor económico está possibilitado e capacitado para oferecer e o que esta nova geração deseja é um buraco gigantesco para colmatar.”

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Que é já uma estrutura de dimensão considerável…

Ao todo são 7 CAMV, é certo que de pequena estrutura e de proximidade, mas que, na globalidade, já perfazem uma dimensão considerável. Somos, ao todo, 23 pessoas, com o desafio adicional de ter pessoas em espaços físicos diferentes, o que me obriga a desenvolver estratégias para manter a interligação, o espírito de equipa/grupo e uma cultura de trabalho partilhada. Há uma padronização no trabalho, há diretrizes gerais, e claro que há partilha de conhecimento e de recursos, mas depois cada CAMV tem a sua própria estrutura, a sua própria dinâmica, as suas próprias equipas…

Como dizia há pouco, neste momento estou muito realizado com o facto de ser médico veterinário. Eu sou natural de uma zona rural (Arouca) e sempre tive uma ligação muito próxima ao campo e com os animais. Se calhar foi um pouco por aí que surgiu a veterinária, mas se me perguntar se aos seis anos eu tinha o sonho de ser médico veterinário, digo-lhe que não. E acho que me daria bem a fazer outras coisas, mas estou muito realizado pessoal e profissionalmente a ser médico veterinário.

Essa ligação ao campo é provavelmente a razão pela qual a sua prática clínica é mista, incluindo a pecuária. Ou trata-se de uma estratégia de negócio?

A minha evolução na veterinária tem sido feita a par da evolução do mercado. Fui sempre acompanhando o mercado. Infelizmente, em Portugal, a agropecuária é um setor que está em declínio há algumas décadas. Quando comecei a trabalhar, em 2007, fazia quase exclusivamente espécies pecuárias – raças autóctones e setor leiteiro –, e muito pontualmente pequenos animais. Mas, o meu percurso tem sido olhar para o mercado e perceber o que está a acontecer e a pecuária mantém-se em declínio, contrariamente ao setor da clínica de pequenos animais que estava e continua em expansão. Nos últimos 20 anos, tivemos um crescimento exponencial do número de CAMV, bem como do número de médicos veterinários vocacionados para os animais de companhia.

No início da minha atividade profissional, trabalhei cinco anos para outra empresa e só depois iniciei atividade em empresa própria, mas sempre tive este trabalho de clínica mista; o que procurei sempre foi rodear-me de pessoas com capacidades, a quem recorrer para obter as melhores respostas.

Se me pedisse para escolher entre um dos setores – pecuária ou pequenos animais de companhia –, certamente que optaria pela pecuária, na medida em que me dá um -contacto muito mais genuíno com as pessoas, com os animais, com o campo, com a vida rural. Não é tão cansativo psicologicamente e mesmo fisicamente, apesar de ser mais duro, acabo por não o sentir. Na PT Serviços Veterinários somos cerca de 12 veterinários, sendo que dois ou três se dedicam a clínica de espécies pecuárias e os outros fazem exclusivamente clínica de pequenos animais. Mas, como eu costumo dizer, a minha praia é o campo [risos].

A “vanguarda” é a palavra de ordem nos CAMV que compõem a PT Serviços Veterinários. Há projetos na “manga” que gostasse de concretizar, neste âmbito, num futuro a curto prazo?

Eu tenho um problema, que é: quando tenho tempo livre começo logo a pensar em coisas novas para fazer. É um problema porque passado algum tempo as coisas novas juntam-se todas ao mesmo tempo a exigir de mim esforço e sacrifício. E depois fico a meio de uma encruzilhada e penso: “Porque é que me meti nisto?”.

“Não fui aquela criança que sonhava ser veterinário. Gostava e gosto de animais e na altura de escolher um curso, a medicina veterinária pareceu-me uma excelente opção. Nunca tive esse sonho, mas o mais importante é que hoje estou 100% realizado nesta área. Tenho a certeza de que é isto que, neste momento, eu quero ser e fazer.”

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O Veterinários Todo-o-Terreno foi assim que surgiu. Tinha a empresa mais ou menos estabilizada, estávamos com alguns projetos em mãos, e quando surgiu a oportunidade de gravarmos o programa, agarrámo-la. Tenho mais projetos e ideias, só que entretanto continuo a ter clínicas para gerir, pessoas para contratar, programa para gravar…

Enquanto PT Serviços Veterinários projetamos crescer mais, mas o momento atual pede “navegação de cruzeiro”.

Porquê?

Porque a medicina veterinária em Portugal está numa fase de transformação gigante, por vários motivos já identificados. Desde logo, a questão dos RH, com a grande “sangria” de colegas que emigram e com a enorme dificuldade em contratar, realidade em antítese com os resultados de um estudo recente da Federação dos Veterinários da Europa (FVE) que sugerem que Portugal é um dos países da União Europeia com maior número de veterinários por habitante.

Na vertente dos animais de companhia, há a nova dinâmica das aquisições por parte dos grandes grupos, que vai mudar fortemente o mercado, a curto-médio prazo.

Assim, no que concerne à gestão e à componente clínica dos CAMV, estamos em fase de “manter o barco com navegação à vista”. Neste momento o mar não está calmo, está bastante revolto, e o objetivo é ir aguentando “o barco”, sem deixar de ter ambições e de crescer, sempre com um espírito crítico e construtivo. Mas, por agora, não iniciar grandes “viagens”.

Outro fator que tem alterado muito o panorama da medicina veterinária, mas não só, é a nova geração de profissionais. Está a mudar a medicina veterinária, está a mudar o SNS… É transversal a todas as áreas e não há volta a dar! No meu entender, há um gap gigantesco entre o que o mercado pode oferecer e o que esta nova geração quer. Tanto na medicina veterinária, como no SNS, para dar exemplo de dois casos que conheço particularmente bem. Este gap que existe entre o que o setor económico está possibilitado e capacitado para oferecer e o que esta nova geração deseja é um buraco gigantesco para colmatar.

Este é um problema português?

É uma questão estruturante e que me levou inclusivamente a concorrer às últimas eleições para a OMV (a nossa lista venceu, mas ainda não fomos empossados).

Não me quis limitar a criticar, quero contribuir para as soluções. É muito difícil contrariarmos esta vontade dos colegas novos de quererem emigrar. Note-se que o curso de medicina veterinária no Reino Unido é o segundo curso mais bem pago nos primeiros dez anos de profissão. Isto é, nos anos após terminar o curso, a veterinária é a segunda profissão mais bem remunerada. A primeira é a medicina dentária. Como é que em Portugal podemos conseguir competir com esta realidade?

Além da emigração, há ainda a pressão que existe sobre os médicos veterinários e que leva muitos colegas a abandonarem a profissão e a desistirem de ser médicos veterinários clínicos.

Essa pressão resulta de quê?

Nós, veterinários, andámos muitos anos a não nos valorizarmos. Não é agora, de um momento para o outro, que vamos conseguir fazê-lo!

Não pode ser normal que uma pessoa queira um médico veterinário altamente qualificado para uma consulta de urgência às 3h da manhã – seja numa clínica por chamada, seja num hospital – e quando lhe dizem que tem que pagar vamos dizer 75 euros, por exemplo, a pessoa achar que é caro e dizer que o médico veterinário “não gosta dos animais” e “só pensa em dinheiro”; mas, se precisar de um canalizador à mesma hora, vai pagar 100 ou 200 euros e não vai dizer nada.

Este é um paradigma a que nós habituámos as pessoas e que tem vigorado nas últimas décadas. A culpa é também dos médicos veterinários que deixaram que o seu trabalho fosse desvalorizado, mas também da própria dinâmica do país/sociedade, com a desresponsabilização do que é ter um animal. Tudo isto cai em cima dos médicos veterinários, configurando uma pressão diária enorme. Para já não falar da situação de lidar recorrentemente com questões fraturantes como a eutanásia ou com situações de desrespeito por parte dos clientes.

Enquanto empresário/gestor, acredito que vamos conseguir colmatar estas lacunas, mas enquanto isso não acontece, o cenário é de tempestade gigantesca, nomeadamente no que respeita aos RH. Fico mais tranquilo por saber que a dificuldade em contratar e reter RH não é um problema meu, mas sim à escala nacional.

Os desafios são múltiplos e hercúleos: reter RH, pagar salários que eventualmente compensem e respondam às necessidades da nova geração. E, atualmente, o mercado ainda não permite isso.

Qual a sua principal bandeira enquanto recém-eleito presidente do CRN da OMV?

A nossa principal bandeira é a valorização da medicina veterinária, porque é em torno desta questão que tudo o resto gira.

“Uma mais-valia de fazermos o ‘Veterinários Todo-o-Terreno’ tem a ver com a criação de conteúdos digitais que podemos partilhar nas nossas redes sociais e que os nossos clientes podem partilhar e comentar connosco. É também, e sobretudo, a confiança que transmite sermos uma equipa num projeto completamente inovador e pioneiro em Portugal.”

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Nós temos que nos valorizar primeiro, enquanto classe, para que as pessoas de fora, isto é, o nosso público final, nos possam valorizar. É também muito pela valorização que passa a questão dos elevados níveis de stress e de burnout na profissão. Não é normal sermos das profissões do mundo com maiores taxas de suicídio.

Mais, precisamos de perceber esta antítese: como é que somos um dos países da Europa com maior número de faculdades de veterinária por número de habitantes e depois queremos contratar e não há veterinários. Estão todos a emigrar? Muitos sim. Estão alguns a desistir de exercer medicina veterinária? Alguns, sim.

Esta minha incursão na OMV vai no sentido de procurar ajudar a refletir e a encontrar soluções. Sempre tive este espírito de associativismo, nunca fui muito de ficar só por fora, a “mandar bitaites”.

Como concilia uma atividade clínica intensa, com a gestão dos CAMV, as gravações do programa de TV e agora também a presidência do CRN da OMV?

Neste momento, embora implique muito esforço, não quero abdicar da componente clínica. Muitas vezes, já devia dizer que não tenho tempo para ir ver uma vaca ou para fazer uma cirurgia de pequenos animais (que é outra coisa que eu também gosto muito de fazer), mas é algo que não quero deixar, para já.

Não sei o que vou estar a fazer daqui a dois ou três anos e nunca digo nunca, mas para já tenho feito um esforço adicional, com custo até para a minha vida pessoal, para a componente clínica, porque é algo que me realiza e que me complementa em termos profissionais. Não é que eu não goste de fazer gestão… Gosto e é um desafio, na medida em que é o que me ocupa mais tempo.

Quanto ao Veterinários Todo-o-Terreno é um extra que dá uma visibilidade maior que todas as outras vertentes. Mas, não deixa de ser um extra e não tem que ser motivo de tensão. Nunca me desfoquei do que é essencial e que é prestar o melhor serviço de medicina veterinária e ter uma empresa rentável, sustentável e economicamente a crescer. Isso tem que estar sempre à frente do resto.

O que lhe traz esta experiência de participar num programa televisivo?

Visibilidade e reconhecimento pessoal e profissional. Tentamos controlar a parte menos boa que é a exposição e a crítica a que estamos sujeitos. Ninguém gosta de ser criticado. Procuramos mostrar o que verdadeiramente fazemos, mas o tema eutanásia, por exemplo, só o introduzimos na segunda temporada, por ser um tema mais controverso e sensível.

O programa dá-me algum marketing para a empresa, não vou negar. Uma mais-valia de fazermos o Veterinários Todo-o-Terreno tem que ver com a criação de conteúdos digitais que podemos partilhar nas nossas redes sociais e que os nossos próprios clientes podem partilhar e comentam connosco. É também e sobretudo a confiança que transmite sermos uma equipa num projeto deste tipo, que para todos os efeitos é completamente inovador e pioneiro em Portugal.

O que é preciso para se ser um veterinário todo-o-terreno? Comunicação é uma das ferramentas fundamentais, certamente…

A comunicação é importante, mas tanto eu como os colegas quando começaram a gravar o programa sentíamos que as câmaras por vezes eram “um bicho papão”.

Aliás, a comunicação é fundamental para a prática da medicina veterinária.

Disso não tenho a menor dúvida. Em início da atividade clínica, sobretudo, tão importante como as aptidões técnicas são as aptidões comunicacionais. Faz toda a diferença entre conseguirmos chegar aos clientes de uma forma completamente distinta e melhorada.

“O curso de medicina veterinária no Reino Unido é o segundo curso mais bem pago nos primeiros dez anos de profissão. Isto é, nos anos após terminar o curso, a veterinária é a segunda profissão mais bem remunerada.”

Para se ser um veterinário todo o terreno não há grandes requisitos. É uma questão de se trabalhar em equipa e mais do que querer ser, é querer experimentar. Há pessoas que gravaram, não gostaram de se ver e quiseram sair e outras novas entraram.

Gostaria de deixar uma mensagem aos colegas veterinários que nos estão a ler?

Gostaria de reforçar que estamos todos no mesmo caminho, na mesma luta. E aqui tenho que voltar a falar da valorização e do crescimento da medicina veterinária. Não sou pessimista, sou antes realista. Não acho que o setor esteja “nas ruas da amargura”, mas estão a ser tempos muito desafiantes e quero crer que as coisas vão estabilizar a curto/médio prazo.

Enquanto médico veterinário e gestor de empresas, estou nesta luta pela valorização da nossa profissão. O mesmo enquanto coordenador do programa e enquanto presidente do CRN da OMV – entidade oficial a quem compete liderar todo este processo de valorização da profissão e melhoria das condições para todos os profissionais, quer seja para os veterinários-empresários, veterinários-empregadores ou veterinários que trabalham por conta de outrem seja no setor público ou privado.

 

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