Vários especialistas em vida selvagem apelaram à maior monitorização da vida selvagem por forma a prevenir futuras pandemias. Num texto publicado recentemente na revista Science, os peritos recomendam um aumento de testes laboratoriais em áreas de risco, muitas das quais excluídas dos testes atuais.
Os investigadores do Wildlife Disease Surveillance Focus Group realizaram várias recomendações com o objetivo de melhorar a forma como a vida selvagem pode ser testada e rastreada, nomeadamente através do aumento da capacidade de testes laboratoriais perto de locais onde os seres humanos e a vida selvagem interagem.
“Sabemos que muitas doenças como a covid-19 podem atravessar dos animais para os seres humanos, mas não nos concentramos suficientemente no lado animal da equação homem-animal”, explicou a Anna Meredith, professora de medicina zoológica e de conservação na Royal (Dick) School of Veterinary Studies, na Escócia, citada pelo MRCVS Online.
Atualmente, 62% dos laboratórios que fazem o rastreio de agentes patogénicos animais situam-se na América do Norte e na Europa, locais que, segundo os investigadores, não representam o maior risco de doenças emergentes.
Nas recomendações sugerem também a criação de uma base de dados central, acessível ao público, para registar as características dos vírus animais e para ajudar a monitorizar o risco de transmissão a humanos. Os investigadores consideram que este passo permitiria a qualquer cientista acompanhar a evolução de agentes patogénicos, a sua incidência em todo o mundo, bem como identificar previamente medidas de mitigação, incluindo tratamentos antivirais ou vacinas.