O PAN pretende que a carne de touro bravo ou de lide seja desclassificada como Denominação de Origem Protegida (DOP). A proposta, apresentada em sede de especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), tem por base não só o argumento da constante violação do bem-estar destes animais, mas também questões que se prendem com a segurança alimentar e o direito dos consumidores à informação rigorosa sobre os bens que consomem.
Na proposta de alteração entregue na Assembleia da República, os deputados André Silva, Bebiana Cunha e Inês de Sousa Real sugerem que, a partir do próximo ano, o Governo proceda “à desclassificação da ´carne de bravo do ribatejo´ como denominação de origem protegida (DOP), passando a ser proibida a comercialização, para fins de consumo humano, de animais que tenham sido utilizados nos espetáculos tauromáquicos”.
Para os deputados do PAN, “a carne dos animais utilizados em espetáculos tauromáquicos […] constitui um risco para a própria saúde pública, tendo em conta que estes animais são lidados na arena com recurso a bandarilhas, que não são esterilizadas nem sequer higienizadas, que lhes provocam feridas profundas e abertas que são tratadas com recurso a medicamentos”.
“A classificação da ´Carne de bravo do Ribatejo´ como Denominação de Origem Protegida concede aos criadores maiores rendimentos, mas oculta dos consumidores todo um processo sangrento, cruel e até ilegal que está patente durante o processo de criação destes animais, ou seja, durante o processo de criação deste tipo de carne”, refere o documento.
Neste sentido, “o consumo desta carne devia ser interdito e anulada a sua classificação como ´Denominação de Origem Protegida´”, uma vez que “a sua utilização em espetáculos tauromáquicos coloca em risco a saúde pública”, conclui o partido.