A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, revelou ter conhecimento de que “desde 2018, este abrigo tinha sido denunciado, inclusivamente ao veterinário municipal [de Vila Real de Santo António], pelas associações de proteção animal”. As declarações surgiram no âmbito da visita da líder do partido a Castro Marim e Vila Real de Santo António, dois dos concelhos que, com Tavira, foram atingidos pelo incêndio que começou na segunda-feira, dia 16, e que foi dominado no dia seguinte, avança a agência Lusa.
A responsável acrescentou ainda que “a mesma denúncia tinha três abrigos, dois deles foram desmantelados, um em Castro Marim e outro em Tavira, e faltava desmantelar o de Vila Real de Santo António”.
Inês de Sousa Real considerou que há uma “dimensão que não se pode descurar”, porque as “câmaras municipais não têm feito o seu trabalho de casa no que respeita à proteção animal”, e classificou como “fundamental” as autarquias terem “um centro de recolha oficial” e “políticas de esterilização e combate ao abandono”.
A porta-voz do PAN pediu às autoridades locais de trabalho para “legalizar” os abrigos quando estão ilegais e para a “inclusão nos planos de proteção civil da vertente animal”, com “uma estratégia de animais errantes em que exista uma base de dados que permita identificar e registar todos os abrigos, sejam legais ou ilegais”.
A dirigente partidária solicitou ainda que seja ultrapassada a “inércia” de entidades como a Direção Geral de Veterinária, por considerar que, “no século XXI”, já “não se pode ter animais a morrerem carbonizados”.