Katia Pinello1,4, Isabel Pires2,6, Ana Filipa Castro1, Andreia Santos3,5, Augusto de Matos3,5, Felisbina Queiroga2,5,7 e João Niza Ribeiro1,4.
1 Departamento de Estudo de Populações, ICBAS, UP
2 Departamento de Ciências Veterinárias, UTAD.
3 Departamento de Clínicas Veterinárias, ICBAS, UP
4 EpiUnit – Unidade de Investigação em Epidemiologia, ISPUP, UP
5 CECA-ICETA – Centro de Estudos de Ciência Animal, Instituto de Ciências, Tecnologias e Agroambiente da Universidade do Porto
6 CECAV – Centro de Ciência Animal e Veterinária, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
7 CITAB – Centro de Pesquisa e Tecnologia em Ciências Agroambientais e Biológicas
Introdução
A Rede Vet-OncoNet, lançada oficialmente em dezembro de 2019, completou recentemente o seu primeiro ano de atividade. A missão da Vet-OncoNet é produzir evidência e conhecimento científico, bem como dinamizar a comunicação em oncologia animal, tendo sempre presente a perspetiva de “Uma Saúde”. Uma das tarefas nucleares é a criação de um Registo Oncológico Animal (ROA) em Portugal, à semelhança dos existentes em diversos países [1-6]. São experiências que se têm revelado limitadas no tempo e no âmbito, devido a diversos constrangimentos que habitualmente cerceiam estas iniciativas. Neste artigo apresentaremos os aspetos da organização do sistema de informação da rede bem como alguns dos resultados do ROA.
A temática da oncologia em animais de companhia tem uma importância clínica e epidemiológica crescente [7]. Existem dados publicados de estudos realizados em diversos países, mas o conhecimento da realidade portuguesa é escasso. Dados epidemiológicos como a frequência relativa e a representação geográfica de certos tumores, e a associação destes com a idade, raça e sexo, entre outras características, são essenciais para a decisão clínica baseada em evidência científica.
A análise da incidência de doenças oncológicas em animais e no Homem no âmbito da oncologia comparada permite avaliar potenciais tendências temporais entre ambos, o que é fundamental para perceber o papel dos animais de companhia como sentinelas de doenças neoplásicas humanas.
Os detentores dos animais de companhia dedicam aos seus animais muita atenção e estima, estando cada vez mais disponíveis para investir na sua saúde e na prevenção das doenças. Há um grande caminho a percorrer no processo de alertar os tutores para a necessidade de detetar precocemente o cancro nos seus animais. Num futuro próximo, será importante fazer “check ups” específicos para certos tumores em raças determinadas, a partir do conhecimento da realidade epidemiológica existente em Portugal.
A oncologia é uma área na qual importa posicionar o médico veterinário, além de principal ator na saúde dos animais de companhia, como um ator relevante para a saúde humana (One Health).
Uma das tarefas mais importantes da rede Vet-OncoNet é a recolha, tratamento e análise de dados que estão dispersos em dezenas de bases de dados pertencentes a laboratórios e a Centros de Atendimento Médico-Veterinários (CAMVs). Só com a participação, empenho e o trabalho de todos os intervenientes – laboratórios, CAMVs e proprietários – é possível criar um acervo de dados que, em conjunto, ganhará uma nova dimensão que o tratamento dos dados dispersos jamais permitiria.
Sistemas de recolha de dados
A Rede Vet-OncoNet desenvolveu um sistema de informação próprio, com o objetivo de interligar informação de diversas fontes, sistema esse que é necessário para gerar e aprofundar evidência em matéria de oncologia animal.
Este sistema recebe dados de diagnósticos histopatológicos vindos dos laboratórios de diagnóstico veterinário, criando assim o acervo de informação para produzir o Registo Oncológico Animal (ROA) [8]. Já os dados oriundos dos CAMVs permitem criar uma segunda base de dados, autónoma da anterior, denominada Registo Oncológico Clínico (ROC) que possibilitará obter informação de caráter clínico, como métodos de tratamento mais usados, estadiamento e desfecho dos casos. Está também em estruturação uma terceira base de dados com Fatores de Risco (FR), que é formada pelos dados de variáveis ambientais diversas a partir de dados fornecidos pelos veterinários e pelos proprietários.
Quando entram no sistema, os dados passam por uma fase de edição, validação e análise, seguida de uma uniformização dos termos como sexo, raça, idade, estado reprodutivo, localização e código postal (Figura 1), entre outros. No ROA, os termos relacionados com a topografia e morfologia das neoplasias são organizados de acordo com uma classificação ainda em fase de aperfeiçoamento, que está a ser construída nos mesmos alicerces da classificação humana, ICD-O-3.2, por um grupo internacional com interesses comuns, o Global Initiative on Veterinary Cancer Surveillance (GIVCS) [9] para permitir comparabilidade e estudos futuros [9]. Só após a uniformização de termos e classificação das neoplasias, os dados podem passar à etapa seguinte da análise estatística e epidemiológica e à geração dos relatórios interativos. Os relatórios interativos individualizados são uma mais-valia que todos os parceiros da Rede Vet-OncoNet têm ao seu dispor e que resultam diretamente dos dados por eles enviados. Os relatórios interativos permitem ao parceiro da rede fazer em poucos segundos, a visualização e análise interativa dos seus próprios dados, o que levaria muitas horas a realizar nos sistemas estatísticos tradicionais.
As parcerias
Durante o ano de 2020, aderiram à rede 28 parceiros, sendo 24 CAMVs e quatro laboratórios de Diagnóstico Veterinário: DNATECH, VetPat®, Laboratório de Anatomia Patológica – Faculdade de Medicina Veterinária Universidade de Lisboa e o Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade do Porto. Já em 2021 registámos com muita alegria a adesão do laboratório Segalab S.A., bem como de diversos CAMVs. Na impossibilidade de elencar todos, salientamos que a informação sobre os parceiros se encontra disponível e pode ser consultada no nosso site (www.vetonconet.pt/#Parceiros). Continuamos a trabalhar para alargar a rede em todas as frentes.
São também colaboradores ativos da Rede Vet-OncoNet, a Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia (APMVEAC), a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e o Sindicato Nacional de Médicos Veterinários (SNMV) que atualmente trabalham para permitir que possamos vir a usar dados da população canina e felina em benefício do tratamento do nosso ROA.
Figura 1: Ilustração do funcionamento da rede Vet-OncoNet.
Resultados
Para o ROC, a rede recebeu em 2020, 356 registos. Para o ROA foram recebidos 8486 registos de neoplasias relativos aos anos 2019 e 2020. Em ambas as bases, há o predomínio de cães, 79,9% (ROA) e 85,6% (ROC), e de fêmeas (ROA=58,4%; ROC=58,1%) relativamente aos machos.
Resultados do Registo Oncológico Clínico
Vamos referir primeiro alguns resultados associados com o ROC. Apesar de considerarmos pouco expressivo o número de casos já existentes, consideramos importante analisar e discutir a informação disponível neste registo. Apenas com informação proveniente dos CAMVs poderemos fazer a análise dos métodos de diagnóstico mais usados, tratamentos mais frequentes e desfecho das neoplasias (Figuras 2 a 4). A informação utilizada na construção dos gráficos provém de poucos CAMVs, pelo que não pode ser extrapolada, mas permite ilustrar a utilidade de possuir informação de um número cada vez maior de CAMVs.
Os métodos de diagnóstico mais usados são a histopatologia (55,6%, n=198) seguido da citologia (32%; n=114) (Figura 2). No que se refere a métodos combinados, tem-se a citologia seguida de histopatologia com 2,2% (n=8), citologia, histopatologia e imunohistoquímica 1,7% (n=6) e histopatologia com imunohistoquímica 1,4% (n=5).
Figura 2: Dados de métodos de diagnóstico provenientes de 365 registos clínicos de CAMVs parceiros da rede Vet-OncoNet constantes do Registo Oncológico Clínico (2020).
A modalidade de tratamento mais registada é a cirurgia (46,9%, n=167), seguida da quimioterapia (4,8%, n=17) (Figura 3). Entretanto, é de ressaltar a grande percentagem (34%, n=121) de registos clínicos sem informação de tratamento. No item outros estão incluídos (n=28): tratamento paliativo, anti-inflamatórios (esteroides e não-esteroides), eletroquimioterapia, alimentação, radioterapia e uso de antibióticos.
Figura 3: Dados de modalidades de tratamento inseridos na base Registo Oncológico Clínico (ROC) no ano de 2020 pelos parceiros da rede Vet-OncoNet.
Em relação ao desfecho, 11,8% (n=42) dos casos foram classificados como tratados na ficha clínica, incluindo os termos “resolvidos” e “curados”; e 10,4% (n=37) ainda estão em tratamento (Figura 4). É relevante ver que cerca de 65% dos casos (n=233) não têm qualquer referência a seguimento, sugerindo perda de contacto entre os clínicos e os animais envolvidos, após o diagnóstico.
Figura 4: Dados de modalidades de tratamento inseridos na base Registo Oncológico Clínico (ROC) no ano de 2020 pelos parceiros da rede Vet-OncoNet.
No nosso entender é de grande utilidade para a comunidade veterinária dinamizar esta vertente do registo. Importa aprofundar o conhecimento relativo às práticas clínicas adotadas, aos meios de diagnóstico utilizados e ao desfecho habitual da casuística. O conhecimento que conseguiremos gerar na Rede Vet-OncoNet com esta informação compilada de forma permanente, será tratado, analisado e devolvido a todos os participantes. Os benefícios serão inestimáveis quer para os veterinários como para os proprietários dos animais e restante comunidade dedicada ao estudo da oncologia animal.
Resultados do Registo Oncológico Animal
Os dados oriundos do ROA podem ser consultados na primeira edição do Registo Oncológico Animal [8], disponível no nosso site.
Analisando os dados consolidados, para todas as raças verifica-se que, em relação à topografia, a pele é, tanto no cão como no gato, o órgão mais frequentemente afetado (50,9 e 38,7%, respetivamente) seguido pela glândula mamária (21,9 e 35,5%, respetivamente) (Figura 5). De referir que as diferenças entre a incidência destes tumores nas duas espécies é estatisticamente significativa com uma confiança de 99%, ou seja, os cães apresentaram mais tumores de pele que os gatos e as gatas apresentam mais tumores da mama que as cadelas.
Relativamente às morfologias mais frequentes, nos cães surgem os mastocitomas (9,4%) e os lipomas (5,5%). Nos gatos, surgem os carcinomas de células escamosas (11,5%) seguidos pelo adenocarcinoma tubular da mama (11,4%) (Figura 6).
Figura 5: Topografias mais frequentes no cão e no gato inseridos na base Registo Oncológico Animal (ROA) no ano de 2019 e 2020 pelos parceiros da rede Vet-OncoNet (Fonte: Registo Oncológico Animal, 2020).
Figura 6: Morfologias mais frequentes no cão e no gato inseridos na base Registo Oncológico Animal (ROA) no ano de 2019 e 2020 pelos parceiros da rede Vet-OncoNet (Fonte: Registo Oncológico Animal, 2020).
As sete raças de cães mais frequentes são: labrador retriever (8,8%), yorkshire terrier (4,0%), golden retriever (3,2%), boxer (%), pastor alemão (2,8%), caniche (2,5%) e buldogue francês (2,4%). Importante referir que excluímos da análise os animais sem raça definida (SRD) que representam 28,9% dos cães. A Figura 7 apresenta, para as sete raças de cão mais frequentes no ROA, as quatro principais topografias e a morfologia mais frequente para cada uma delas. É interessante destacar algumas diferenças na frequência do tipo de neoplasias apresentadas pelas raças analisadas. Nos cães da raça yorkshire terrier as neoplasias testiculares aparecem em 3º lugar (3,2%) e nos golden retriever, a raça com a maior frequência de neoplasias nesta topografia, as neoplasias testiculares (11,7%) surgem à frente das neoplasias mamárias.
Figura 7: Distribuição dos quatro sistemas topográficos mais frequentes para as principais raças. Inclui a informação do tipo de neoplasia (morfologia) mais frequente por sistema e respetiva frequência.
MCT: Mastocitoma; Leydig: Tumor das células de Leydig; T. perivascular: Tumor perivascular; T. cels intersticiais: Tumor de células intersticiais.
O Quadro 1 apresenta a distribuição da idade por sexo e ainda a idade mediana por sexo para a deteção de tumores das principais raças analisadas. São notórias as diferenças verificadas para a idade de apresentação: buldogue francês mais cedo (idade mediana 5-6 anos), golden retriever e yorkshire terrier, as neoplasias surgem mais tarde (idade mediana 10 anos). Nas raças yorkshire terrier e caniche há uma maior representação, estatisticamente significativa (p<0,01) de fêmeas com tumores relativamente a machos, quando comparado com as restantes raças. Esta evidência carece de ser ajustada para o censo dos cães em Portugal, para poder ser validada.
Quadro 1: Representações gráficas das distribuições etárias por sexo e mediana da idade de incidência das neoplasias pelas raças mais frequente no ROA.
Discussão
O primeiro ano da rede Vet-OncoNet apresenta resultados interessantes e que auxiliam o médico veterinário a ter um panorama mais próximo da realidade portuguesa. Partindo da contribuição dos laboratórios parceiros, recebemos registos de 8 842 neoplasias em animais de estimação distribuídos pelo País, sendo 80% provenientes de cães. Com base nesta informação a Rede Vet-OncoNet publicou o primeiro Registo Oncológico Animal de Portugal. Esses dados permitem já dar a conhecer as neoplasias mais frequentes no cão e no gato.
A análise inicial dos dados por raças de cães permite-nos colocar a hipótese de haver perfis oncológicos mais frequentes. Os tumores de pele são os mais frequentes em geral e também nos cães da raça labrador e golden retriever, boxer, pastor alemão e buldogue francês. De realçar que, estes últimos, são muito afetados por histiocitomas (tumores benignos da pele frequentes em idades jovens), o que faz com que a mediana da idade para esta raça seja mais baixa. Os yorkshire terrier e caniches apresentam, nas fêmeas, maior frequência de neoplasias mamárias do que as fêmeas das outras raças analisadas. Ainda na raça yorkshire terrier, destacamos a frequência das neoplasias testiculares, que aparecem em 3º lugar para a raça. Nos golden retriever, as neoplasias testiculares surgem à frente das neoplasias mamárias.
Os dados apresentados neste trabalho refletem apenas frequências relativas calculadas a partir dos casos registados e podem não refletir a prevalência ou o risco de incidência verdadeiras da população. Quando for possível trabalhar esta informação com base no censo animal, proveniente do SIAC, iniciaremos uma etapa mais rigorosa do tratamento dos dados e poderemos passar a comparar realmente frequências relativas de tumores entre raças. Também poderemos estabelecer comparações com a medicina humana.
Vet-Onconet e os CAMV
A informação que nos chega dos CAMVs é de enorme importância pois apenas através dos dados do ROC é possível analisarmos os diferentes métodos de diagnóstico, estadiamento, tratamento e desfecho dos animais com neoplasias.
O trabalho inicial com alguns, ainda poucos, CAMVs, permitiu constatar que, dessa fonte podem provir dados muito importantes e relevantes para os clínicos. Contudo, há ainda muita heterogeneidade na forma de fazer os registos clínicos e muitos problemas associados à qualidade da informação. Esta encontra-se incompleta e fragmentada, gerando problemas no tratamento dos dados. Há, portanto, muito trabalho conjunto a fazer nesta frente para se poder progredir.
Estes dados também mostram sua importância porque permitem perceber a baixa adesão dos tutores dos animais às terapêuticas oncológicas. Precisamos dessa informação para poder ajudar a oncologia a entrar numa nova era: a do rastreio e prevenção. Pensamos que há necessidade de perceber os verdadeiros motivos da desistência à terapia. Com isso seria possível delinear soluções alternativas e atempadas para se aumentar o acesso ao tratamento oncológico.
Conclusão
O registo oncológico animal foi publicado pela primeira vez em Portugal e (quase) no Mundo. A análise dos primeiros dados provenientes dos laboratórios permite já gerar evidência relevante para o conhecimento da oncologia animal em Portugal e também permite antecipar que será possível determinar apresentações tumorais caraterísticas das raças e das subespécie canina e espécie felina.
Para podermos avançar na geração de conhecimento é necessário continuar e aprofundar o trabalho em conjunto, aumentando a quantidade e a qualidade dos dados que nos chegam.
Agradecimentos
O Grupo de Coordenação da Rede Vet-OncoNet agradece a todos os parceiros CAMVs e Laboratórios (acima referidos) envolvidos nesta iniciativa pioneira. Também agradece toda a ajuda das entidades parceiras: VETERINÁRIA ATUAL, a DGAV, o SNMV e a APMVEAC.
Agradecemos nomeadamente à direção do ICBAS, em especial ao Prof. Doutor Henrique Cyrne de Carvalho, ao ISPUP e à UTAD que acreditaram na importância de se criar um registo oncológico animal em Portugal.
Referências
- Arnesen, K., et al., [Registration of canine cancer]. Tidsskr Nor Laegeforen, 1995. 115(6): p. 714-7.
- Baioni, E., et al., Estimating canine cancer incidence: findings from a population-based tumour registry in northwestern Italy. BMC Vet Res, 2017. 13(1): p. 203.
- Bronden, L.B., et al., Data from the Danish veterinary cancer registry on the occurrence and distribution of neoplasms in dogs in Denmark. Vet Rec, 2010. 166(19): p. 586-90.
- Gruntzig, K., et al., The Swiss Canine Cancer Registry: a retrospective study on the occurrence of tumours in dogs in Switzerland from 1955 to 2008. J Comp Pathol, 2015. 152(2-3): p. 161-71.
- Manuali, E., et al., A web-based tumor registration system for a regional Canine Cancer Registry in Umbria, central Italy. Ann Ist Super Sanita, 2019. 55(4): p. 357-362.
- Tedardi, M.V., et al., Sao Paulo Animal Cancer Registry, the first in Latin America. Vet Comp Oncol, 2015. 13(2): p. 154-5.
- LeBlanc, A.K. and C.N. Mazcko, Improving human cancer therapy through the evaluation of pet dogs. Nat Rev Cancer, 2020.
- Vet-OncoNet, Registo Oncológico Animal, 2020. 2021, Intituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar, Universidade do Porto: Porto. p. 10.
- Pinello, K.C., et al., The Global Initiative for Veterinary Cancer Surveillance (GIVCS): Report of the first meeting and future perspectives. Vet Comp Oncol, 2020. 18(2): p. 141-142.
*Artigo publicado originalmente na edição 148, de abril de 2021, da VETERINÁRIA ATUAL.