A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) assinala o Dia Internacional do Animal Abandonado, que se celebra a 20 de agosto, lembrando a necessidade de encontrar soluções para combater a superpopulação de animais que se encontram na rua e reduzir os elevados níveis de abandono em Portugal.
De acordo com a OMV, o Dia do Animal Abandonado, que se celebra anualmente no terceiro sábado de agosto, tem como objetivo “consciencializar a sociedade relativamente à situação dos animais abandonados, promover a adoção e divulgar os cuidados a ter com os animais, tais como a vacinação, esterilização, registo na base de dados e chip, além de garantir outros cuidados médico-veterinários para reduzir a superpopulação”.
Em Portugal, são abandonados entre 30 mil a 40 mil animais por ano, havendo mais de meio milhão de animais sem dono no País que estão dependentes da ajuda de pessoas e de instituições para sobreviverem. O abandono de animais tem aumentado de forma significativa em Portugal nos últimos anos, agravando-se com a pandemia da covid-19.
Jorge Cid, bastonário da OMV, refere: “Há problemas gravíssimos relacionados com o abandono, desde fatores económicos, problemas de comportamento do animal, doença ou morte do dono, descontrolo de natalidade, férias, entre outros aspetos, que têm contribuído para aumentar o abandono animal e que afeta principalmente cães e gatos. Neste contexto, é essencial a criação de um veículo de assistência social para aconselhamento e apoio para detentores de animais em risco”.
Assim, a OMV defende a criação de um sistema de assistência social para os detentores de animais de companhia com diversos problemas que possam no futuro traduzir-se no abandono do animal, atuando assim na prevenção deste flagelo. No âmbito das verbas destinadas pelo Governo aos animais abandonados, é importante que uma verba seja alocada a esta assistência social e que se reforce uma política ativa de esterilização.
“Esta intervenção em serviço social dirigido aos animais pressupõe um investimento por parte do Estado para solucionar o problema, e pode ser uma resposta social eficaz para o abandono dos animais de companhia em Portugal”, conclui Jorge Cid.
Recorde-se que no âmbito das medidas de apoio aos animais abandonados, destaca-se o Programa Nacional de Apoio à Saúde Veterinária para Animais de Companhia em Risco, conhecido como Cheque Veterinário, lançado pela OMV, que tem contribuído para apoiar os animais abandonados e recolhidos pelas autarquias e os animais de famílias carenciadas.