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Animais de companhia

O bem-estar dos répteis de companhia em Portugal

O bem-estar dos répteis de companhia em Portugal

Todos os anos, milhões de répteis são comercializados e mantidos em habitações como animais de companhia. Só na União Europeia foram identificadas mais de 500 espécies de répteis em comercialização1 e as estimativas apontam para 8 milhões de espécimes mantidos como animais de estimação2. No entanto, uma vez que a mortalidade no primeiro ano em répteis de estimação varia entre 3.6%3 a 75%4, a quantidade de animais comercializados para suprir este mercado pode ascender a 24 milhões. Estes números têm levado a um crescente debate ético sobre as práticas correntes de comercialização e manutenção de répteis de companhia.

A investigação demonstra que os vertebrados e alguns invertebrados são sencientes, capazes de experienciarem conscientemente estados positivos e negativos, sentimentos e emoções, ansiedade e prazer5. O conhecimento actual coloca os répteis entre os animais capazes de experienciarem estes estados subjectivos6,7. Consequentemente, o debate ético sobre os répteis de companhia deve ter em conta o seu bem-estar desde o nascimento ou captura até à sua morte, bem como a forma como as nossas acções influenciam a probabilidade de que vivam “uma vida que vale a pena ser vivida”8. Porém, uma reflexão sobre a aceitabilidade da prática de manter répteis de estimação deve basear-se em informação sobre o que motiva a sua aquisição, sobre o seu valor para os seus detentores e sobre as condições de bem-estar em que são mantidos.

 

Este artigo dá a conhecer os resultados de um questionário realizado por uma equipa de médicos veterinários a uma amostra de 220 detentores de répteis em Portugal com o objectivo de (1) recolher informação que permita informar o debate ético sobre o que motiva a aquisição de répteis de companhia e que valor têm para os seus detentores, e (2) caracterizar e promover o bem-estar dos animais e dos seus detentores.

1. O que significam os répteis para nós, e porque os escolhemos?

A detenção de répteis de estimação (e.g. lagartos, quelónios ou serpentes) é desafiante em termos de manutenção e cuidados e está associada a preocupações ambientais e de preservação da biodiversidade. Apesar destes desafios, da limitada disponibilidade de informação sobre o seu maneio e do elevado custo das instalações, os répteis são comercializados em grande escala. Isto sugere que esta indústria é movida por uma forte motivação das pessoas para manter e cuidar de répteis. Até à data, pouco se sabe sobre estas motivações.

1.1 Porque adquirimos ou mantemos répteis de estimação
 

Em relação às motivações subjacentes à prática de manter répteis de estimação, o estudo analisa os estados afectivos, as motivações para aquisição e manutenção dos animais e os aspectos negativos mencionados pelos participantes do inquérito9.

Mais de metade dos participantes (54%) mencionou pelo menos um estado afectivo para explicar a sua decisão de adquirir ou manter um réptil, usando termos de crescente intensidade como “gostar”, “adorar”, “fascínio” e “paixão” (Tabela 1). Algumas menções de estados afectivos transcenderam o cuidado do animal individual, representando a paixão dos detentores pelos répteis em geral ou pela Natureza.

 

Em relação à forma de aquisição, os animais foram comprados, oferecidos, herdados, adoptados ou resgatados da rua ou de alguém próximo. Alguns dos que compraram, alegaram ter resgatado o animal da loja para lhe providenciarem melhores cuidados, descrevendo o desconforto que sentiram com as condições de alojamento. Outro tema que emergiu frequentemente foram as experiências passadas, especialmente na infância (N=36). Alguns participantes mencionaram que ter um réptil era um sonho de criança que só agora puderam realizar, enquanto outros referiram que tinham répteis desde criança e os adoram desde então.

 

A manutenção dos répteis de estimação a longo prazo foi justificada com conveniência, entretenimento, companhia e o dever de cuidar. A justificação mais frequente para a manutenção de um réptil de estimação foi a sua conveniência (N=28). Estes detentores descreveram os seus animais como sendo de fácil manutenção, independentes e com elevada longevidade, isentos de ruídos irritantes, pêlos ou alergénios. Vários participantes realçaram que os répteis são uma fonte de entretenimento (N=26) com características excepcionais, beleza única, natureza misteriosa e comportamentos diferentes, que tornam a sua observação muito interessante. Uma terceira tendência que emergiu da análise foi a importância dos répteis para os seus detentores como fonte de companhia (N=22), descrevendo-os como animais sociáveis e interactivos, capazes até de adquirir hábitos similares aos dos seus donos, e de transmitir sensações de calma e afecto. Alguns participantes enquadraram a manutenção do seu réptil de estimação no dever de cuidar (N=15), referindo por exemplo que, embora não tenha sido sua escolha adquirir um réptil, não tinham outra alternativa senão cuidar dele, pois temiam não encontrar alguém que providenciasse os mesmos cuidados. Os aspectos negativos associados à prática de ter um réptil de estimação foram mencionados por uma minoria dos participantes (N=11) e incidiram principalmente sobre o sentimento de luto após a perda de um animal após décadas de companhia, a falta de acesso a informação sobre maneio e cuidados, a dificuldade que eles próprios sentiam para providenciar cuidados aceitáveis, e as preocupações associadas à privação de uma vida em liberdade aos animais.

Estes resultados sugerem que as motivações para a aquisição e manutenção de répteis de estimação são mais variadas que as descritas para cães e gatos, principalmente movidas pelo afecto. No caso dos répteis, motivações utilitaristas como o entretenimento (passatempo e relaxamento) e a conveniência (baixa manutenção) são determinantes importantes. Porém, a crença de que os répteis são animais de fácil cuidado e manutenção não está de acordo com a realidade de que é na verdade muito difícil providenciar-lhes cuidados aceitáveis. Esta crença, propagada historicamente por alguns sectores da indústria pet, poderá contribuir para os problemas de bem-estar que os répteis de estimação sofrem actualmente em Portugal (ver próximas secções). Porém, a ligação afectiva, quer na infância quer na idade adulta, bem como o elevado valor atribuído aos répteis pelos participantes do presente estudo proporciona amplas oportunidades para desmistificar esta crença através de campanhas de sensibilização.

1.2 A nossa relação com os répteis, a senciência e as serpentes

Embora a relação entre humanos e os animais de estimação mais comuns esteja extensamente estudada, não é claro que os seus resultados sejam extrapoláveis para os répteis. As atitudes perante os animais são frequentemente descritas sob duas categorias motivacionais – uma relacionada com o afecto e outra relacionada com a utilidade – e são influenciadas pelas características dos animais 10. Espécies que exibem comportamentos semelhantes aos de humanos, características neoténicas, ou de grande porte têm maior probabilidade de gerar atitudes positivas. Os répteis carecem geralmente destas características, sendo aparentemente menos adequados para corresponder à necessidade humana de exprimir o comportamento de cuidar de outros.

Figura 1 – Proporção de detentores que referem o seu animal de estimação (cães, cães e gatos ou répteis) como membro da família.

Os resultados deste estudo exploratório9 sugerem que a maioria dos detentores de répteis os considera um membro da família, com valores muito similares aos observados em estudo sobre cães e gatos (figura 1), apoiando a ideia de que os répteis de estimação também podem ter um papel no apoio social e no bem-estar dos seus detentores. No entanto, observou-se uma influência do grupo taxonómico sobre a proporção de participantes do inquérito que consideravam o seu réptil membro da família (χ2(2) = 7.14, p = 0.03), com os lagartos a gozarem mais frequentemente deste estatuto, seguidos dos quelónios e finalmente das serpentes (Figura 2).

Figura 2 – Proporção de detentores que referem o seu réptil de estimação como membro da família, por grupo taxonómico, retirado de Azevedo, et al. 2022.

Quando pedido para justificar diversos comportamentos dos seus répteis, a maioria dos participantes referiu pelo menos uma vez “dor ou desconforto” e “stress ou medo” como causa do comportamento, demonstrando que, à semelhança com o que acontece com os cães e gatos, estes animais são percepcionados como seres sencientes. Além disso, cerca de metade dos detentores de lagartos e quelónios, mas apenas 20% dos detentores de serpentes, justificaram pelo menos um comportamento com a “tentativa de comunicação” por parte do animal (Figura 3). A comunicação é uma capacidade cognitiva de ordem superior, atribuída aos animais em diferentes graus, de acordo com a empatia humana e a relação filogenética, raramente atribuída aos répteis 11. Os presentes resultados apoiam essa hipótese, demonstrando que a percepção da capacidade de comunicar não é tão frequente quanto a percepção generalizada de senciência. No entanto, realçam também pela primeira vez uma diferença entre serpentes e os demais répteis no que diz respeito à nossa percepção da sua capacidade de comunicar (χ2(2) = 9.91, p < 0.01). Associando este achado à menor frequência com que são consideradas membro da família, os resultados apontam para diferenças entre a nossa percepção e atribuição de estados mentais às serpentes, comparado dos restantes répteis. A explicação para esta diferença poderá estar associada a uma menor activação dos mecanismos neuronais associados à atribuição de estados mentais 12. Como estes mecanismos dependem de expressões e movimento biológico, poderão ser desfavorecidos pela ausência de membros ou expressões faciais nas serpentes. Alternativamente, esta diferente percepção poderá ser consequência de uma guerra evolutiva entre serpentes (predador) e primatas (presa) 13.

Figura 4 – Frequência de participantes que justificam pelo menos um comportamento do seu réptil de estimação com a capacidade de sentir dor ou desconforto, stress ou medo, ou tentativas de comunicação, retirado de Azevedo et al. 2022.

No geral, este estudo demonstra que os répteis induzem níveis de antropomorfismo comparáveis aos mamíferos de estimação. Apesar de uma relação diferente, colorida por sentimentos de admiração e fascínio pela beleza dos répteis, pela sua natureza misteriosa, pelos seus comportamentos únicos e pelo desafio de os manter, existem fortes sentimentos de companhia e ligação afectiva em relação aos seus animais entre os detentores de répteis.

2. O bem-estar dos nossos répteis de companhia

A nossa capacidade de corresponder às necessidades dos répteis ao nosso cuidado está no cerne do debate sobre a aceitabilidade desta prática. No entanto, pouco se sabe sobre a capacidade que os detentores têm de interpretar correctamente os comportamentos dos seus répteis e de lhes fornecer as condições necessárias ao seu bem-estar. A segunda parte deste estudo analisou o conhecimento dos detentores sobre o comportamento dos seus animais e a provisão das suas necessidades mínimas14.

2.1 Será que conhecemos o comportamento dos nossos répteis?

O conhecimento do comportamento dos animais é essencial para inferir as suas necessidades e reconhecer potenciais problemas de bem-estar. A maioria dos detentores (68%) demonstrou excelente conhecimento do comportamento dos répteis, interpretando correctamente pelo menos seis dos sete comportamentos descritos, e apenas 15% dos detentores interpretou incorrectamente três ou mais comportamentos. No entanto, aproximadamente um quarto dos detentores referiu comportamentos como “bater frequentemente com a cabeça no vidro do terrário”, “respiração rápida de boca aberta e pescoço distendido” ou “defecar/regurgitar quando há contacto físico com uma pessoa” como sendo “naturais para a espécie e que revelam bem-estar”, apesar de os interpretarem correctamente como associados a stress, medo, dor ou desconforto. Estes resultados sugerem que, apesar de prontamente reconhecidos como consequência de problemas de bem-estar, estes comportamentos são aceites como normais por uma parte relevante dos detentores. Uma possível explicação é que a prevalência de alguns problemas de bem-estar nestas espécies seja tão elevada que seja aceite como normal para a espécie, através de um processo de dessensibilização involuntária do detentor para o sofrimento do seu animal. Um exemplo similar pode ser encontrado no síndrome respiratório das raças braquicéfalas de cães, cujos detentores nem sempre reconhecem como um problema de bem-estar, assumindo que é normal para a raça 15. Não obstante, os dados deste estudo indicam que o conhecimento dos detentores sobre os comportamentos dos seus répteis não é um factor limitante para o bem-estar destes animais em Portugal.

2.2 Estamos a corresponder às necessidades dos nossos répteis?

Fora do seu ambiente natural, os répteis de estimação estão totalmente dependentes das condições que lhes proporcionamos para sobreviver e viver em condições aceitáveis de bem-estar. Para analisar a capacidade dos detentores para corresponder às necessidades dos seus animais, foram consideradas quatro necessidades fundamentais dos répteis, sem as quais a sobrevivência estará comprometida: luz adequada, temperatura adequada, uma dieta completa e acesso a refúgios. Apenas 15% dos detentores referiram providenciar estas quatro necessidades fundamentais à sobrevivência dos répteis, e 43% referiram providenciar duas ou menos. A falta de uma fonte directa de luz UVB e de uma gama de temperaturas adequada à espécie em mais de 30% dos casos ilustra como muitos destes animais vivem em condições que põem em risco as sua saúde e bem-estar. No caso dos lagartos e dos quelónios, a luz UVB é necessária para a produção de vitamina D, estando a sua ausência associada à doença metabólica óssea que limita a capacidade dos animais se movimentarem e expressarem comportamentos naturais, podendo até causar fracturas e morte. Este risco é agravado quando não é feita uma suplementação correcta da dieta, como foi o caso de 88% dos detentores de lagartos.

Figura 5 – provisão de uma gama de temperaturas adequada em quelónios, lagartos e serpentes, retirado de Azevedo et al. 2021.

Uma gama de temperaturas adequada é necessária à termorregulação comportamental em animais ectotérmicos, bem como para vários processos biológicos fundamentais como a digestão e a imunidade. Até mesmo as serpentes, que se achava não precisarem de luz UVB, dependem deste tipo de luz para a expressão de comportamentos naturais e ritmos circadiano16. Consequentemente, a falta de temperaturas adequadas reportada por 81% dos detentores de quelónios, 59% de lagartos e 31% de serpentes, resultará provavelmente em privação comportamental e estados afectivos negativos. No geral, os resultados deste estudo sugerem que muitos répteis em Portugal não têm acesso às condições ambientais necessárias sequer à sobrevivência, e que provavelmente vivem em más condições de bem-estar durante grande parte da vida.

2.3 Como classificamos o bem-estar dos nossos répteis

A maioria dos participantes do estudo classificou o bem-estar do seu réptil de estimação como sendo bom (43%) ou muito bom (43%), com apenas uma minoria a classificá-lo como mediano ou mau (14%). Estes resultados contrastam significativamente com o facto de apenas 15% dos mesmos referirem providenciar as quatro necessidades básicas de sobrevivência consideradas no estudo. Quando analisadas as diferenças entre grupos taxonómicos, as classificações de bem-estar também conflituaram com a provisão das necessidades dos animais. Enquanto os detentores de serpentes tinham 14 vezes mais probabilidade (odds) de providenciar as necessidades básicas, os detentores de lagartos tinham mais probabilidade de classificar o seu bem-estar como bom ou muito bom, apesar de providenciarem menos necessidades básicas.

3. Conclusões

Este estudo proporciona uma avaliação indirecta do bem-estar dos répteis de estimação em Portugal. Os resultados demonstram que a maioria dos detentores considera o bem-estar do seu réptil bom ou muito bom apesar de não proporcionar pelo menos uma necessidade ambiental directamente relacionada com a sua sobrevivência14. Apesar de reconhecerem e interpretarem correctamente os comportamentos dos seus animais, alguns detentores consideram comportamentos associados a medo, stress, dor e desconforto como normais para a espécie. Estes resultados sugerem que muitos répteis de estimação em Portugal podem permanecer em deficientes condições de bem-estar uma grande parte da vida, sem que os detentores tenham essa percepção. Estes resultados conflituam claramente com as motivações destes mesmos detentores para a aquisição e manutenção dos seus répteis, aos quais atribuem elevado valor e consideram, na maioria dos casos, membros da família9. Subjacente a este conflito poderá estar uma dessensibilização para o sofrimento destes animais, possivelmente perpetuada pelo mito de serem animais fáceis de manter ou pela quase ubiquidade dos problemas de bem-estar a que estão sujeitos, tornando-se a norma. No geral, as conclusões deste estudo exploratório enfatizam a necessidade de campanhas de sensibilização que redefinam os padrões do que se considera aceitável em termos de bem-estar de répteis de companhia.

Declaração de intenções

Alexandre Azevedo é residente em Bem-Estar Animal pelo European College of Animal Welfare and Behavioural Medicine. Manuel Magalhães-Sant’Ana é responsável do projecto VETICA 2022 (SFRH/BPD/117693/2016) financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Portugal.

Referências
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Alexandre Azevedo1,2, Leonor Guimarães3, Joel Ferraz4, Martin Whiting e Manuel Magalhães-Sant’Ana1,2

  1. Centro de Investigação Interdisciplinar em Sanidade Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Lisboa
  2. Laboratório Associado para Ciência Animal e Veterinária (AL4AnimalS)
  3. Clínica Veterinária Exoclinic, Lisboa
  4. Centro Veterinário de Exóticos do Porto

*Este texto é escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico por decisão dos autores.

*Artigo publicado originalmente na edição n.º 160 da revista VETERINÁRIA ATUAL, de maio de 2022.

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