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Médicos Veterinários

Médicos veterinários disponibilizam ajuda

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A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) está a realizar o levantamento dos ventiladores das clínicas veterinárias que poderão ser usados em humanos, no caso de se verificar um agravamento do surto de Covid-19 em Portugal.

De acordo com um comunicado publicado no site da OMV, o bastonário, Jorge Cid, disponibilizou a ajuda da classe veterinária durante a reunião realizada sexta-feira, 13 de março, entre as várias ordens profissionais da saúde e a ministra da Saúde, Marta Temido.

 

O bastonário, na sua intervenção, disponibilizou ao Ministério da Saúde a ajuda da classe médico-veterinária para aquilo que eventualmente possamos estar preparados, nomeadamente, ajuda no tratamento e monitorização de doentes em hospitais, acompanhamento na segurança alimentar de todos os alimentos disponibilizados a hospitais e outros estabelecimentos do Estado, coordenação na desinfeção de transportes de medicamentos e alimentos integrando equipas de proteção civil, dispensa de produtos, medicamentos e equipamentos (ventiladores) que eventualmente possam estar disponíveis, etc.”, refere o comunicado do Conselho Diretivo.

“Há muitos ventiladores, sobretudo os de nova geração, que são exatamente iguais, são os mesmos. Nós muitas vezes compramos aos mesmos fornecedores da medicina humana e podem ser usados nas pessoas como são usados nos animais“, explicou o bastonário, citado pela TSF.

 

O médico veterinário Jorge Leite, da empresa Bonematrix, foi um dos que se disponibilizou para ajudar. Num e-mail enviado à redação da VETERINÁRIA ATUAL, em que enumerava as medidas tomadas pelo seu Centro de Cirurgia Veterinária Avançada e no seu serviço de ambulatório, Jorge Leite admitiu emprestar os seus ventiladores ao Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António.

“Em caso de colapso do SNS, e caso se esgotem os recursos públicos e privados do País, iremos ceder as nossas duas torres com ventilação mecânica ao Hospital S. António, para que mais pessoas possam ser ventiladas. Estou convencido e esperançoso que não chegaremos a esse ponto, mas se chegarmos, passaremos a operar num só bloco, com uma torre sem ventilação mecânica, descendo para metade a nossa capacidade de operar animais”, disse.

 

Ao mesmo tempo, o médico veterinário salientou que é importante manter a possível normalidade, sublinhando que os animais continuam a precisar de ajuda: “Acredito que temos de tomar medidas responsáveis para garantir a segurança de todos, mas também que o País não pode paralisar!!! Apesar do surto, animais continuarão a precisar de auxílio e como tal tentaremos continuar a ajudar as clínicas e hospitais [veterinários] que precisem de nós, ajustando o nosso modus operandi para cumprir com os cuidados necessários nesta fase.”

Também Hugo Brancal, diretor clínico da Clínica Veterinária da Covilhã, disponibilizou, de acordo com o Jornal do Fundão, “equipamento e dois médicos veterinários” da sua equipa, incluindo concentradores de oxigénio, monitores multiparamétricos e ventiladores.

 

Por seu lado, a OMV está a realizar também um levantamento de vários médicos veterinários que estão dispostos a ajudar os seus companheiros de medicina humana. O bastonário referiu ainda que a medida é possível uma vez que parte da formação dos médicos veterinários é comum à dos médicos de humanos, por isso, muitas vezes utilizam as mesmas técnicas e equipamentos.

“A nossa competência médica permite que possamos ajudar na monitorização de doentes, na ajuda à administração de medicamentos, etc., numa panóplia de áreas em que podemos ajudar como profissionais da área médica e de saúde que somos”, refere.

No mesmo comunicado, anteriormente citado, a OMV aconselhava ainda a restrição dos atendimentos nos CAMV apenas a situações urgentes, bem como a redução de equipas com rotatividade, sugerindo uma equipa de 14 em 14 dias, a fim de evitar contágios.

*Notícia atualizada no dia 17 de março.

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