O primeiro caso de um cão infetado com monkeypox pelos seus tutores foi detetado, revelou a revista científica The Lancet. De acordo com o Portalveterinaria, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA já tinha levantado a hipótese de contração de vírus, recomendando, em junho, que os pacientes com monkeypox evitassem o contacto com os seus animais de companhia até à recuperação total.
A The Lancet descreve que os dois pacientes humanos tomaram as precauções necessárias para isolar o seu cão de outros animais de companhia e pessoas assim que os seus próprios sintomas apareceram, mas continuaram a deixar o animal dormir na sua cama. Duas semanas depois, o cão desenvolveu as lesões características do vírus e foi confirmada a contração do monkeypox após um teste PCR.
A análise de ADN das estirpes do vírus encontradas no cão e de um dos seus tutores mostrou uma sequência homóloga em 100%, o que significa que estavam quase certamente relacionadas uma com a outra.
“Pelo que sabemos, o aparecimento de sintomas em ambos os pacientes e, posteriormente, no seu cão sugere a transmissão da monkeypox de uma pessoa para um cão“, refere o relatório do caso.
O relatório coloca “a hipótese de que se trata de uma doença canina real, não de um simples transporte do vírus por contacto próximo com os humanos ou transmissão transmitida pelo ar”, face às lesões na pele e membranas mucosas do cão.
Os autores do artigo da The Lancent notam a importância de isolar os animais de pessoas infetadas com o vírus.
“A pessoa infetada deve evitar um contacto estreito com o animal exposto e, sempre que possível, pedir a outro membro da família que cuide do animal até que a pessoa infetada recupere completamente”, aconselha o CDC.
“Se você tem monkeypox e tem de cuidar dos seus animais saudáveis durante o isolamento doméstico, lave suas mãos ou use um desinfetante à base de álcool, antes e depois de ter contacto com eles”, acrescentam. “Também é importante cobrir todas as erupções cutâneas na medida do possível (ou seja, usar mangas compridas, calças compridas) e usar luvas e uma máscara que se adequa bem enquanto cuida dos seus animais”, conclui o CDC.