O Hospital Veterinário Montenegro está a equacionar abandonar o seu espaço no Bairro Fernão de Magalhães, no Porto, devido às alterações no estacionamento gratuito existente na zona, que cingiram a gratuidade dos lugares aos moradores, avança o jornal Público.
“Estamos muito contentes aqui”, mas estas alterações ao estacionamento são “uma forma de nos empurrar daqui para fora”, sublinhou o diretor Luís Montenegro. De acordo com o responsável pelo hospital, vários concelhos limítrofes do Porto já demonstraram interesse em recebê-los, no caso de abandonarem a sua localização atual.
Atualmente, o hospital dispõe apenas de seis lugares do seu próprio parque particular, número insuficiente, diz Luís Montenegro, para acolher funcionários e clientes. Segundo dados fornecidos pela instituição, realizam-se 200 consultas semanais, em média, no hospital.
A direção do hospital revela ter tentado sensibilizar a Câmara e a Junta de Freguesia para o problema e recentemente uma funcionária tomou a iniciativa de lançar uma petição pública.
Resposta da autarquia
A autarquia confirmou ao Público que decidiu privilegiar “o estacionamento dos moradores na zona em apreço”, mas assegura “que o município se prontificou a colaborar” com o hospital “na procura de soluções de estacionamento para os seus colaboradores”. Para já, está garantida a instalação de “lugares destinados a ambulâncias e outros veículos de socorro conforme nos foi sugerido e solicitado pelo hospital”.
Já quanto ao estacionamento dos funcionários e clientes, o município remeteu a solução para os transportes públicos e para os parques privados que estão abertos nas imediações.
Luís Montenegro argumentou que os preços de aluguer mensal são inacessíveis à maioria dos trabalhadores. Quanto à sugestão do transporte público, o diretor do Hospital Veterinário Montenegro perguntou como é possível os funcionários que fazem turnos viajarem de metro a altas horas da noite, ou clientes que transportam os seus animais doentes fazerem-no de autocarro.