Um estudo do Royal Veterinary College (RVC) revelou que os pugs têm, atualmente, uma probabilidade duas vezes superior de sofrerem um ou mais problemas de saúde anualmente em comparação com outros cães. Em comunicado, a RVC informa que o estudo sugere que o pug já não pode ser considerado um “cão típico” numa perspetiva de saúde e que é necessária uma ação urgente para reduzir a alta taxa de problemas de saúde associada com a raça.
O estudo analisou amostras aleatórias de 4 308 pugs e 21 835 cães fora dessa raça, para perceber a escala total da crise de saúde nos pugs. No geral, os pugs foram 1,9 vezes mais propensos a ter uma ou mais doenças registadas num só ano em comparação com os de outras raças, indicando um mau estado de saúde geral.
Das 40 doenças mais comuns, em 57,7% delas (23) os pugs possuíam um maior risco. A síndrome obstrutiva das vias aéreas superiores do braquicéfalo (BOAS – brachycephalic obstructive airway syndrome) foi a doença com o maior risco. Os dados revelam que é quase 54 vezes mais provável dos pugs sofrerem desta síndrome que as restantes raças. “Isto reflete as dificuldades respiratórias comuns sentidas pelas raças braquicefálicas”, nota o RVC.
Outros problemas com maior risco são:
- Narinas estreitas (x 51.3)
- Ulceração ocular (x 13.0)
- Infeções cutâneas (x 11.0)
- Otorreia (x 9.6)
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“Embora muito populares como animais de companhia, sabemos agora que vários problemas de saúde severos estão ligados à forma extrema (braquicefalia) do corpo de pugs que muitos humanos acham tão bonito. Está na altura de nos concentrarmos na saúde do cão e não nos caprichos do tutor quando estamos a escolher que tipo de cão temos”, alerta o professor associado em epidemiologia de animais de companhia no RVC e autor principal do estudo, Dan O’Neill.
Por sua vez, a coautora Jaya Sahota nota que “as estatísticas demográficas deste estudo do pug mostram que a população atual é predominantemente jovem, com uma grande variedade de distúrbios de saúde registados. Isto leva a sérias preocupações de uma ‘crise de saúde’ braquicefálica iminente à medida que esta população jovem envelhece”.
