O CR2AN – Centro de Reabilitação e Regeneração Animal do Norte abriu recentemente na cidade do Porto, como parte integrante do grupo Hospital VetArrabida. Fundado pela médica veterinária Ângela Martins, à semelhança do Centro de Reabilitação e Regeneração Animal que já existe na região de Lisboa, o projeto dispõe de tratamentos para doentes neurológicos de lesão grave do sistema nervoso central, com destaque para a câmara hiperbárica.
O projeto na área da medicina veterinária de reabilitação funcional disponibiliza tratamentos para doentes neurológicos de lesão grave do sistema nervoso central, com recurso à câmara hiperbárica e a tratamentos com células estaminais e plasma rico em plaquetas no controlo de doenças degenerativas do foro ortopédico, neurológico e oncológico, informam os responsáveis em comunicado.
A Câmara Hiperbárica, já disponibilizada no Centro de Reabilitação e Regeneração Animal de Lisboa – que abriu em 2015 – , fornece aos pacientes “uma alta dose de oxigénio a pressão superior à da atmosfera, durante determinado período, adaptado a cada caso”. A tecnologia utilizada neste equipamento, explicam os responsáveis, “surgiu de forma a facilitar a adaptação à pressão do mergulho subaquático e tem sido também usada por desportistas e astronautas”. Atualmente, quando aplicada à medicina regenerativa, pretende ajudar animais com doenças neurológicas – controlando os sinais de envelhecimento – , inflamações, cicatrização de feridas e regeneração dos tecidos, entre outras.
O CR2AN do Norte dedica-se a receber essencialmente os casos clínicos mais complexos e de limite, explica a fundadora, Ângela Martins, em declarações à VETERINÁRIA ATUAL, “disponibilizando alternativas que são integrativas e baseadas na medicina de evidência científica”.
Casos clínicos de sucesso
A Câmara Hiperbárica foi uma das tecnologias utilizadas em dois labradores, o Sniff e o Twix, com 8 e 6 anos respetivamente, que apresentavam artrite grave secundária a uma doença articular crónica limitativa dos cotovelos. Quanto à infeção da articulação, ambos apresentavam fistulação com multirresistência e, nos dois casos, houve uma perda substancial da pele e do tecido muscular. Depois de terem sido testadas diversas abordagens, que incluíram medidas de medicina interna, o uso de câmara hiperbárica e, após culturas negativas, a medicina regenerativa com células estaminais intra-articulares potenciadas com modalidades de terapia como o laser de classe IV, os dois cachorros atingiram a funcionalidade. “Estes são dois casos de sucesso, de dois cães que se encontravam em situação terminal e que, possivelmente, seriam eutanasiados”, denota Ângela Martins.