A Ordem dos Médicos Veterinários revelou, numa newsletter divulgada ontem, o número exato de médicos veterinários voluntários (339) e de equipamentos e serviços (208) que a classe vai disponibilizar caso seja necessário reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) devido à pandemia de Covid-19.
Até à data de publicação do boletim informativo, 17 de março, tinham-se voluntariado 339 médicos veterinários, na sua maioria da região de Lisboa e Vale do Tejo (141), Norte (95) e Centro (59).
Quanto aos equipamentos, os médicos veterinários e CAMV, instituições de ensino de medicina veterinária e laboratórios podem vir a ceder 208 equipamentos, entre ventiladores, monitores, concentradores de oxigénio (aparelhos similares aos utilizados em medicina humana). Além disso, são sete os laboratórios disponíveis para testar o novo coronavírus.
Na segunda-feira, dia 16 de março, Jorge Cid, bastonário da OMV, reuniu-se com Nuno Russo, secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e com Fernando Bernando, diretor-geral de Alimentação e Veterinária, com o objetivo de unir esforços e implementar algumas medidas de proteção animal e de combate à pandemia.
Entre estas, está a disponibilização de alojamentos nos Centro de Recolha Oficiais (CRO) para os animais de pessoas infetadas com a doença e que não tenham amigos ou familiares com quem os deixar, e o fornecimento de equipamentos de proteção individual aos médicos veterinários, como máscaras, luvas, desinfetantes, entre outros.
A OMV pediu ainda durante o encontro que os profissionais veterinários sejam considerados profissionais de saúde durante esta crise, ficando abrangidos pelas medidas excecionais e temporárias previstas pelo Governo relativas ao surto de Covid-19 (decreto-lei n.º 10-A/2020, 13 de março) e “que sejam criadas todas as condições para que os médicos veterinários municipais, inspetores sanitários e médicos veterinários em exercício nas organizações de produtores pecuários (OPP) tenham as melhores condições de segurança e higiene para continuarem a exercer as suas funções”, pode ler-se na newsletter.
A OMV dirigiu também um ofício ao ministro das Finanças, Mário Centeno, para adiar excecionalmente “e apenas durante esta crise” os pagamentos dos impostos e contribuições a que os médicos veterinários estão obrigados, “nomeadamente IVA, IRS e Segurança Social, quer individualmente, quer organizados em CAMV ou outras empresas de prestação de serviços médico-veterinários”.
Os profissionais veterinários que queiram oferecer a sua ajuda devem fazê-lo através de inscrição online. Os dados recolhidos serão tratados pela OMV e cedidos “ao Ministério da Saúde/Direção-Geral da Saúde de acordo com as necessidades e especificidades reportadas”, informa o Conselho Diretivo da Ordem.