Em entrevista à VETERINÁRIA ATUAL, a médica veterinária Lisa Mestrinho, fala sobre a utilização do CBD na saúde animal e dos desafios da falta de enquadramento legal.
Que perigos tem a falta de enquadramento legal da utilização do CBD para o uso animal?
Os produtos homeopáticos podem não constituir um grande perigo porque sabemos que são muito diluídos e a capacidade de terem a substância ativa numa dose tóxica é baixa, mas também podem ser claramente ineficazes e não fazer o efeito que se pretende.
Nos alimentos, ou os suplementos alimentares, o que pode acontecer é que não se esteja a atingir a dose terapêutica. Essa prescrição pode estar na base do subterapêutico e não se estar a perceber quais são os reais benefícios.
O risco é que qualquer pessoa pode comprar e na ausência de efeito pode sobredosar a dose recomendada e ter efeitos tóxicos não esperados.
Como não existe enquadramento legal não podemos fazer muita coisa. É esperar que a Indústria Farmacêutica trabalhe para conseguir chegar a esse enquadramento, que a DGAV esteja recetiva a este movimento e venha a produzir efeito.
E da parte dos tutores notam algum receio quando aconselham este tipo de produtos com CBD?
Da parte da Indústria Farmacêutica, eles estabelecem uma dose recomendada baseada em estudos de forma a não se exceder a toxicidade. Dessa forma sinto-me segura.
Atendendo à maior sobrevida dos animais e à aplicação do CBD, muito para a analgesia para os cuidados paliativos, era importante ter produtos de uso veterinário com esta substância?
Muito importante, mais uma boa ferramenta para o acompanhamento dos animais.