Além do distanciamento social, uma das alterações que o coronavírus trouxe às nossas vidas foi a utilização regular de máscaras, luvas e desinfetantes. Consequentemente, nos últimos meses, aumentaram os casos de animais de companhia diagnosticados com problemas gastrointestinais e dermatológicos devido ao uso de desinfetantes.
Os casos foram relatados à publicação espanhola Portal Veterinaria por Teresa Megía, médica veterinária no Hospital Veterinária AniCura Velázquez (parte do grupo AniCura, que conta com 300 CAMV em vários países da Europa), que partilhou o caso de um poodle recebido no hospital “que chegou ao hospital com a língua queimada porque os seus tutores tinham desinfetado as suas patas com um spray de limpeza desinfetante para uso doméstico”.
O animal foi tratado com corticoides e antibióticos e, depois de dois dias no hospital, terá melhorado e regressado a casa.
Neste sentido, Teresa Megía alerta para o risco de o uso continuado de soluções hidra alcoólicas e outros produtos desinfetantes poder causar sérios problemas aos animais de estimação: “Da irritação ou abrasão às almofadas, a problemas gastrointestinais que podem levar a diarreia hemorrágica.”
Além disso, a médica veterinária identificou um aumento de casos de faringite devido à inalação desses produtos.
Evitar o envenenamento
Para evitar o envenenamento, a veterinária sugere que lavemos as patas e o focinho com água e champô para animais ou com toalhitas desinfetantes para animais de companhia. O pH destes produtos deverá ser entre 5,5 e 7,5, o mais adequado para os animais de companhia.
Sendo a zona interdigital mais sensível, a alternativa será utilizar “botas” específicas para animais de companhia.