Em resposta a estas dificuldades, a Animalife criou a Plataforma Solidária Animal
As receitas das associações ligadas à causa animal têm vindo a cair drasticamente nas últimas semanas e a maioria teme em breve enfrentar dificuldades na aquisição de bens e de produtos essenciais para garantir o bem-estar dos animais que tem a cargo. Estas são duas das principais conclusões de um inquérito conduzido pela associação sem fins lucrativos Animalife junto de entidades de proteção animal de todo o País.
Das 230 associações que responderam ao questionário enviado no final da semana passada, 88% admitiram que as suas receitas têm vindo a cair nas últimas semanas. Destas, 58% relatam que a queda foi drástica e 30% assumem perdas mais moderadas.
Quando questionadas sobre a dificuldade em adquirir produtos/bens necessários para a execução do seu trabalho, como ração ou desparasitantes, 40,7% responderam que esta ainda não é uma preocupação, mas que temem vir a registar necessidades, enquanto 35,4% já admitem “dificuldades moderadas que se têm vindo a acentuar ligeiramente”. Por outro lado, 14,8% afirmam enfrentar “graves dificuldades acrescidas pelo estado de emergência”.
Além disso, 77,2% das associações de proteção animal admitem que os seus apoios de pessoas particulares possam estar em risco, 45,6% receiam perder apoios para a esterilização animal ao abrigo dos programas CED (captura, esterilização e devolução) e 17,7% mencionam a perda de fundos da parte das autoridades municipais.
A alimentação é o bem urgente que mais associações de proteção animal têm tido dificuldade em assegurar, com 55,6% das respostas referentes à ração para cães, 48,1% à ração para gatos e 34,6% à areia de gato. Encontrar uma família de acolhimento temporário ou FAT é a necessidade logística mais premente para 43% das organizações e 35,4% mencionam a luta para encontrar voluntários para limpeza e manutenção dos espaços.
Relativamente a pedidos de apoio excecionais fora do seu âmbito geral de atuação, a maioria (43,8%), salienta as solicitações para alimentação de colónias.
Animalife lança Plataforma Solidária Animal
Em resposta a estas dificuldades, a associação sem fins lucrativos resolveu criar a Plataforma Solidária Animal, “uma plataforma solidária que pretende fazer a ponte entre pessoas disponíveis para ajudar e aqueles que precisam do seu apoio”, explica fonte da Animalife em comunicado enviado à VETERINÁRIA ATUAL.
Além da distribuição de alimentação animal pelas associações, a Plataforma Solidária Animal quer ainda prestar apoio noutras situações:
- Ajuda a doentes infetados que não têm com quem deixar os seus animais de companhia (FAT – famílias de acolhimento temporário)
- Ajuda a pessoas incluídas nos grupos de risco, limitadas nas suas saídas e, por isso, com necessidade de quem lhes passeie os animais de companhia
- Ajuda na compra e entrega de alimentação/medicamentos/outros produtos para animais a pessoas impedidas de o fazer, por motivo de doença ou por integrarem um grupo de risco
- Ajuda na alimentação de colónias
- Transporte de animais de/para clínicas médico-veterinárias
- Apadrinhamento de despesas essenciais, como alimentação, medicamentos ou despesas médico-veterinárias
A par com o lançamento da plataforma, a Animalife criou ainda uma campanha de crowdfunding destinada a assegurar o sucesso dos apoios prestados. Todos os interessados em contribuir podem fazê-lo através do site ou das redes sociais da associação http://bit.ly/Covid-19_PSA.
