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Opinião

You need to let go: Como dar autonomia e confiança aos membros da equipa

Qual o papel de um assistente social num CAMV?

Era uma segunda-feira como outra qualquer, mas aquela vinha com sabor a novidade e muita expetativa, como é habitual sempre que começo um projeto novo com uma equipa diferente. Reuni com uma colega, claramente esgotada, talvez desencantada, e o corpo dela acusava o sentimento de quem carrega o peso do mundo nas costas.

Elisabete, quando nos formámos na faculdade aprendemos todas as ferramentas académicas, analíticas, de diagnóstico e até éticas e deontológicas. Mas em momento nenhum fomos treinados para motivar e fazer coaching às pessoas que trabalham connosco. Ultimamente parece-me que tudo depende daquilo que eu não aprendi a fazer...”

 

Acredito que este sentimento não é filho único.

Envolver os colaboradores e levá-los a fazer o seu melhor, voluntariamente, é um fator de sucesso, mas talvez o mais difícil de atingir. Refletindo 30 anos de experiência que Stephen Covey[1] acumulou, sabemos hoje que empresas de sucesso atingem resultados superiores de forma consistente, criam clientes leais que voltam e contam histórias que as marcaram, e os seus colaboradores sentem-se envolvidos e empenham-se no que fazem.

 

Se por um lado ouvimos que “ninguém é insubstituível”, que facilmente se coloca outra pessoa no lugar, no outro extremo temos aqueles que dizem que “as pessoas são o ativo mais importante”!… A verdade é que as pessoas não são ativos porque não são bens, as pessoas não podem ser tratadas como se fossem equipamentos. Cada pessoa que compõe as nossas equipas é única: detém uma série de competências, talentos e paixões que não se encontram em mais lado nenhum.

O velho paradigma da era industrial em que as pessoas se sentem tratadas como máquinas é talvez uma das maiores causas de desmotivação e falta de envolvimento dos nossos colaboradores, que se recusam a dar aquele esforço extra que faz a diferença nos nossos negócios. A segunda é a falta de competências e treino.

 

O papel mais importante que se impõe agora para quem ocupa papéis de gestão e liderança é descobrir e mapear os talentos e potencial de cada uma das suas pessoas e potenciá-los. Parece que estou a ouvir os vossos pensamentos:

Elisabete, estás a brincar comigo? Eu não sou mãe deles! O que faltava agora era perder tempo a andar com eles ao colo…”. Acertei?

 

Pensem comigo: estamos na era do conhecimento e da tecnologia, com tudo de bom que isto nos trás. E gera também três grandes problemas que afetam a produtividade das pessoas e das empresas: muita informação para filtrar, gerir e tomar decisões. A nossa atenção está sempre a ser solicitada (pelos clientes exigentes, pelos colegas menos tolerantes, pelo telefone, email, pelo FB, Instagram, Linkedin, Twitter…) e em geral, sofremos de uma crise de energia pessoal (stresse constante, dietas desequilibradas, pouco exercício e horas de sono) – há já quem lhe chame Síndrome de Exaustão, conhecido entre nós por Burnout.

Há aqueles que acreditam que “este é o contexto em que vivemos, por isso ou aceitas estas condições ou há outro que as está desejando”. Será este o caminho?

Effort and courage are not enough without purpose and direction”, atribuído a John F. Kennedy levanta um pouco o véu: antes de pensar em motivar a sua equipa é importante partilhar com ela a sua paixão, uma missão, um norte que os oriente e balize sempre que tenham que tomar decisões importantes. Tal como um barco em piloto automático com indicação do rumo, vai compensando ventos e marés focado no destino, também as nossas equipas têm que saber para onde queremos ir, qual a nossa proposta de valor no mercado e quais são os valores dos quais não podemos abdicar, sempre que nos virmos confrontados com uma decisão a tomar.

Na grande maioria das vezes que oiço “eles não decidem nada”, “eles não se responsabilizam”, a verdade oculta é que as equipas ou desconhecem o objetivo ou ele está sempre a variar de acordo com o tempo e mood de quem lidera.

E esta é a minha deixa para vos deixar com uma reflexão: para criar um ambiente que motiva as pessoas e lhes dá substrato para produzir mais e com mais criatividade é crítico inspirar confiança. Como anda a confiança no seu negócio?

Gostaria imenso que partilhasse connosco a sua opinião, experiências, desafios e estratégias nesta matéria. Junte-se a nós dia 28 de Setembro no Vetbizz. Até lá.

Elisabete Capitão

Elisabete Capitão

 

[1] Covey é mestre em Administração pela Harvard e doutor pela Universidade Brigham Young. Ficou mundialmente conhecido com o livro Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, lançado em 1989. Foi consultor pessoal dos ex-presidentes Bill Clinton, dos EUA, Vicente Fox, do México, do sul-coreano Kim Dae Jung e de CEOs de diversas empresas norte-americanas e do mundo. Em 2004, lançou O Oitavo Hábito: da Eficácia à Grandeza, continuação do best-seller lançado 28 anos atrás.

 

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